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Sessão de 18 de Junho de 1925 21

Porque se não respeitaram as leis relativas às subvenções, tendo estas sido distribuídas pelos diversos serviços conforme as influências políticas, e, assim, eu vejo que há diversos serviços que foram dotados exageradamente.

Nós temos na raia de Espanha funcionários encarregados de averiguar das doenças dos gados que passam a fronteira.

Em 1914 êsses homens ganhavam $10 por cada cabeça de gado, passando-se, por vezes, muitos dias e até semanas, sem que tivessem de fazer uma participação, do que resultava nunca receberem, em geral, mais do que 5$ por mês Pois agora, com o critério que se lhes aplicou na distribuição das subvenções, auferem mais de 700$ mensais, havendo outros funcionários que sofrem a injustiça de uma deficiente subvenção.

Porque não pede o Govêrno a discussão dessa proposta e que todos beneficiem igualmente as melhorias?

Para que vem alijar o Govêrno as responsabilidades dêsse facto para o Parlamento?

O Partido Nacionalista deseja enfrentar essa questão,

Há um exemplo da vida do Estado que foi imitado fielmente pela Câmara Municipal de Lisboa.

Quero referir-me ao regime das carnes. A Câmara com grave prejuízo da sua economia mandou vir gado argentino que sai mais caro do que o nacional, fazendo uma grave concorrência aos lavradores que neste momento lutam com grandes despesas e deminutas receitas.

É esta a obra do Partido Democrático: exportar ouro para dificultar a lavoura nacional.

Por mais de uma vez as regiões da Beira e do Alentejo têm solicitado a entrada dos seus gados no matadouro de Lisboa e tem-se-lhes respondido sempre que não pode ser, alegando-se que há ainda muito gado argentino.

E o pobre do lavrador tem de se entregar à usura para poder pagar os seus impostos e amanhar as terras, ou então perder tanto que se arrumará.

Para alimentar êste estado de cousas é que o Partido Democrático quere eternizar-se no Poder?

Derivado desta política económica da

Câmara temos a carne em Lisboa por preço exagerado, preço que decerto seria bem menor se o gado viesse daquelas duas províncias.

Emfim, negócios e sempre negócios, assim o afirmam para aí tantos lavradores o consumidores.

Quem interessa com as carnes políticas ?

Não o sei! Porém um dia virá que tudo será pôsto a claro.

O Govêrno não quere dar contas dos seus actos ao Parlamento. Estamos em plena ditadura, a pior, que é a da intolerância aliada a uma formidável ignorância e impudor.

Aguardemos pois.

Tenho dito.

Antes de se encerrar a sessão

O Sr. António Correia: - Pedi a palavra para chamar a atenção do Sr. Ministro das Finanças para a situação em que se encontram os povos de Ponte de Sor que as últimas trovoadas reduziram à miséria.

A informação que recebi diz-me que as searas ficaram devastadas, e que os povos daquele concelho lutam com dificuldades para poderem continuar o trato das suas terras.

Chamo também a atenção de V. Exa. para o seguinte telegrama do Rosmaninhal:

Leu.

Sr. Ministro do Interior: não quero fazer mais considerações sôbre êste assunto que não vejo ainda tratado por V. Exa.

V. Exa. é Deputado; e, quando como Deputado ocupar a sua cadeira, daqui mesmo poderá responder às observações que tenho a fazer a V. Exa.

Chamo a atenção de V. Exa. para a situação em que ficaram as famílias dos dois guardas republicanos que estavam de guarda ao avião espanhol, e que foram fulminados por um raio.

Estou certo de que V. Exa. não esquecerá as famílias dêsses dois servidores.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Vitorino Guimarães): - Acabo de ouvir as considerações do Sr.