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22 Diário da Câmara dos Deputados

António Correia, e pedirei ao Sr. Ministro da Agricultura que mande proceder imediatamente por pessoa competente à investigação sôbre a situação da população de Ponte de Sor, a fim do lhe prestar ò auxílio possível.

O Sr. Ministro do Interior (Vitorino Godinho): - Sr. Presidente: respondendo ao Sr. António Correia direi que tomei agora conhecimento, pelo telegrama que V. Exa. leu à Câmara, dos acontecimentos havidos no Rosmaninhal.

Vou imediatamente telegrafar ao Sr. governador civil de Castelo Branco, a fim do que as autoridades administrativas tomem imediatamente conta do caso, e imparcialmente façam o rateio do trigo, tomando as providências que o caso requere.

Devo informar V. Exa. ainda, a propósito dêste assunto, que foram expedidas ordens para que partisse imediatamente para o Rosmaninhal um reforço da guarda republicana para garantia de que ninguém tocasse no trigo, e que alguém possa dizer que para ali foi transportado indevidamente.

Aproveito o ensejo para dizer ao Sr. António Correia que brevemente deve comparecer na freguesia do Rosmaninhal uma pessoa, que desejo seja um magistrado judicial, que completamente independente da guarda republicana o do Sr. governador civil, possa fazer um inquérito in loco, e averiguar tanto quanto possível do caso para que não falte o trigo àquelas localidades.

Também ontem tomei conhecimento do desastre de que foram vítimas dois soldados da guarda republicana que se encontravam em Ponto do Sor de guarda a um avião espanhol.

Quanto a mim, não mo resta a menor dúvida de que êsse desastre foi produzido em serviço e por motivo de serviço, pelo que às famílias dêsses modestos servidores da Pátria e da ordem hão-de ser-lhes garantidas aquelas pensões a que, por lei, têm direito.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. António Correia (para explicações): - Sr. Presidente: pedi a palavra unicamente para agradecer aos Srs. Presidente do Ministério e Ministro do Interior as respostas que me deram sôbre os assuntos que tratei.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: - Sr. Presidente; vi nos jornais a notícia de que constava que o Govêrno ia enviar a Inglaterra, a fira de tomar parte no Congresso dos Caminhos de Ferro, a bonita soma do sete engenheiros, e, é claro, à custa do Estado.

Embora estejamos habituados a ver cousas destas ou semelhantes, custa a acreditar na veracidade da notícia, pelo que me abstenho de fazer os comentários que ela merece, até que o Sr. Ministro do Comércio me diga se ela tem ou não fundamento.

Se a notícia não fôr verdadeira, regozijar-me hei com isso; mas se o fôr, reservo-me para depois fazer os comentários que ela sugere.

Tenho dito.

O orador não reviu,

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Ferreira de Simas): - Sr. Presidente: em resposta às considerações produzidas pelo Sr. Cancela de Abreu, tenho a dizer que suponho que foram muitos engenheiros de caminhos de ferro a Londres, o que não admira, até certo ponto, porquanto as passagens são gratuitas.

São dois os engenheiros nomeados pelo Govêrno um pelo Ministério das Colónias, que é o Sr. Navarro, e outro pelo Ministério do Comércio, que é o Sr. director geral da fiscalização do Govêrno.

Pelos caminhos de ferro, dois engenheiros pediram licença; mas não sei se foram ao congresso por conta dos caminhos de ferro.

Não posso afirmá-lo, mas o que posso desde já dizer é que os dois engenheiros nomeados pelo Govêrno foram aqueles a que fiz já referência.

Devo ainda acrescentar que a subvenção que estava estabelecida ao delegado do Ministério do Comércio, que era de cinco libras, foi modificada para três, o que, como V. Exas. sabem, não é nada demasiado.