O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

18 Diário da Câmara dos Deputados

pública não fôsse feita à sucapa e à matroca, esta afirmação do Sr. Ministro do Trabalho...

O Sr. Ministro do Trabalho (Sampaio Maia): - Qual foi a afirmação que o Ministro do Trabalho fez?

O Orador: - Que de bom grado acoitaria a suspensão do regulamento.

O Sr. Ministro do Trabalho (Sampaio Maia): - Eu não disse isso. O que disso foi que propusesse V. Exa. na Camara a suspensão da lei, que eu a aceitava.

O Orador: - Ainda melhor. Então V. Exa. discorda da lei, e promulgou o regulamento?

O Sr. Ministro do Trabalho (Sampaio Maia): - Porque a lei mo obrigava a isso.

O Orador: - Não obrigava tal, e se V. Exa. quisesse estudar a questão, tinha muito que fazer e estudar.

Se em vez do fazer uma administração para épater, iludindo as classes trabalhadoras com o falso benefício da deminuição do trabalho, tivesse raciocinado uma proposta que suspendesse a lei, melhor seria.

Mas isso era mais difícil o não lho dava os votos de corta gente, os dos mandriões.

Sr. Presidente: No mesmo dia em que foi promulgado êsse regulamento do horário do trabalho, era nomeada pelo Ministério da Agricultura uma comissão para estudar as causas determinantes da carestia da vida.

Eu pregunto, Sr. Presidente, se pode haver barateamento da vida com deminuição do trabalho; só é possível desenvolverem-se as indústrias de forma a suportarem os encargos que sôbre elas pesam, de exageradas contribuições, com deminuição de trabalho.

Eu bem sei que êste assunto não interessa ao Sr. Ministro do Trabalho, porque não dá frutos à sua política partidária.

Na sua pasta não tem feito senão o possível para tornar maiorzinho êsse grupelho a que pertence e com pretensões a partido político. São admiráveis êstes senhores!

É em virtude dessa scie política que temos o bodo para as fontes e cemitérios. Até para distribuir 2.000$ destinados a melhoramentos na terra do Sr. Presidente do Ministério.

Fantástico e ridículo tudo isto, pois não ó, Sr. Presidente?

Calcule a Câmara que o Sr. Presidente do Ministério, tendo junto do si pessoas que bom sentem a regedoria da sua política, se apressaram logo a comunicar para Mirandela que, devido aos esfôrços do Sr. Presidente do Ministério, S. Exa. o Sr. Ministro do Trabalho tinha dado 2.000$00 para melhoramentos no seu concelho. E gastaram um telegrama para participar um tam enorme feito. Isto é o ridículo, sôbre o ridículo, e tam grande, que até um jornal da terra de S. Exa., por sinal democrático, A Acção Transmontana, no seu número do 4 do corrente, faz uma troça no mais amplo significado da palavra do Sr. Vitorino Guimarães. Chacoteia todo êsse benefício que nem ao menos teve a defendê-lo a nobreza de ser praticado sem especulação política por parto do Grovêrno. Grandes estadistas. Que confiança pode depositar o País nos homens públicos que desta forma fazem política? Oh! Sr. Presidente! isto tem de acabar; os feirantes que nos governam, recrutados no Partido Democrático, têm do abandonar as cadeiras do Poder com urgência. O País não os tolerará por muito tempo. A onda cresço, e quem lhe não dor alento para a vitória completa, será réu da Nação. Dêsse delito hei-de, creio, na hora própria, libertar-me.

O povo honesto e trabalhador quere bater-se por melhores dias, e, porque tem fé, vencerá.

Porque não dota o Sr. Ministro do Trabalho com as verbas necessárias o Instituto Câmara Pestana, de maneira que ali se prepare todo o soro preciso para combater a difteria e o tétano?

Não seria isto mais democrático?

Apoiados,

Os soros são distribuídos pelas câmaras o a estas compete pagar os que forem distribuídos aos pobres; pois nem assim os há, ficando muitos desgraçados som tratamento, mercê desta democracia que nos tiraniza há cêrca de quinze anos. Re-