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Sessão de 18 de Junho de 1925 7

cão a S. Exa., porque consta do processo que tendo sido o Sr. Lelo Portela encarregado de proceder a averiguações, até hoje, oficialmente, nada disse sôbre o assunto.

O Sr. Cunha Leal: - Mas V. Exa. pode hoje mesmo enviar um telegrama ao Sr. Lelo Portela e amanhã poderá falar sôbre factos e não sôbre hipóteses!

O Orador: - Vou ler os documentos que tratam do assunto.

Leu.

Termino, dizendo a V. Exa. que vou enviar o telegrama a que V. Exa. se referiu.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Cunha Leal: - Sr. Presidente: não pedi a palavra para estranhar a vacatura de uma das cadeiras ministeriais, o que está em desacordo com as declarações feitas aqui ontem pelo Chefe do Govêrno.

Temos hoje muito que agradecer ao Sr. Presidente do Ministério não estar irado; e, como S. Exa. sabe que isso nos dá prazer, estou convencido de que não se indignará hoje.

Feitas estas declarações, lamento que o Sr. Presidente do Ministério não tivesse vindo habilitado a responder às minhas afirmações de ontem, não porque eu tenha pressa, mas porque a tem o Sr. Vitorino Godinho.

Há uma cousa que não se compreende: é que, tendo sido feita a falsificação dos documentos, para que é que se fez a falsificação dos cheques.

Mas como S. Exa. prometeu trazer amanhã a questão estudada, eu esperarei, porque não tenho pressa.

Disse S. Exa. que o assunto estava entregue aos tribunais militares. Ora, deixem-me sorrir das notas oficiais do Ministério da Guerra.

O que parece é que não houve vontade nenhuma de esclarecer a questão.

Portanto é mais uma questão trazida aqui pelo Sr. Presidente do Ministério e que S. Exa. decerto irá esclarecer na sessão de amanhã, sessão em que, também, S. Exa. virá munido da cópia dos documentos confidenciais trocados entre o

Banco Nacional Ultramarino e o Sr. Vitorino Godinho, e que ontem foram lidos nesta Câmara.

O Sr. Presidente do Ministério tudo esclarecerá amanhã. Eu. transtornando a minha viagem, cá estarei também. Não tenho pressas, como igualmente não tenho o desejo de protelar a discussão e o esclarecimento dêste caso. Oxalá que o Sr. Presidente do Ministério o não deseje também.

Termino, Sr. Presidente, recomendando ao Sr. Vitorino Guimarães que não se esqueça de vir amanhã bem documentado, com o recado bem estudadinho e disposto a responder a tudo com espírito santo de orelha, ou som êle.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Vitorino Guimarães): - Sr. Presidente: eu deveria começar por estranhar que em volta dêste caso se tenha levantado agora uma tam grande celeuma, parecendo tratar-se dum caso novo, quando afinal se trata duma questão já velha, tratada nesta mesma Câmara, conforme consta do Diário das Sessões, nos dias 17 de Janeiro, 16 de Março e 30 de Abril de 1923, em que ela foi também apreciada pelo Sr. Carvalho da Silva, um dos Deputados que agora mais desconhecedores se mostram dêste caso. E o certo é que S. Exa. devia ter razões para não se mostrar tam inflamado, porquanto tem ocasião de verificar que o roubo que S. Exa. então computava em 750:000 francos não passa de 250:000.

Sr. Presidente: eu tenciono ler à Câmara a participação que foi apresentada pelo chefe do gabinete do Ministro da Guerra de então, e que por completo esclarece o facto da existência dos cheques. Ver-se há que o que era falso eram os documente s em face dos quais foram passadas ordens de pagamento ao Sr. Almeida Pinheiro.

Antes de ler, porém, êsse documento, eu devo dizer ao Sr. Cunha Leal que pode S. Exa. estar certo de que empregarei todos os esfôrços para me elucidar o mais detalhadamente possível para poder dar à Câmara as explicações necessárias. O que, no emtanto, não posso aceitar é a imposição de me elucidar até