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8 Diário da Câmara dos Deputados

o ponto de ficar de posse das mais insignificantes minudências. Isso é impossível, porque daqui até amanhã mal terei tempo de ler todo o processo, quanto mais de o estudar.

Posto isto, eu vou agora ler o documento a que há pouco me referi:

Leu.

O capitão Almeida Pinheiro, talvez com a colaboração de algum cúmplice, conseguiu arranjar notas e papel de cartas da repartição do gabinete; e era nesse papel que dirigia toda a correspondência às entidades de Paris.

Sr. Presidente: li êstes documentos à Câmara porque me pareceu que o Sr. Cunha Leal. não interpretou bem o que eu tinha dito.

Há um outro caso, sucedido depois dêste, que é o da falsificação da assinatura do Sr. adido militar em Paris.

O Sr. Cunha Leal (interrompendo): -V. Exa. pode fazer a fineza do dizer-me a data do primeiro dos cheques falsificados?

O Orador: - 16, 17, 22 e 26 de Agosto. Tenho também aqui os números dos cheques.

São os seguintes:

Leu.

O Sr. Cunha Leal (interrompendo): - V. Exa. tem a bondade de mo dizer também a data do documento que acaba de ler, e em que se narra toda essa tranquibérnia.

O Orador: - 18 de Agosto de 1922. Esto oficial, sabendo que estavam descobertas as falcatruas que tinha cometido, tratou do fugir.

O Sr. Cunha Leal (interrompendo): - Em que data é que o Sr. Vitorino Godinho deu pela existência dêsse roubo de 240:000 francos?

O Orador:-Depois de ter chegado a Paris, em seguida ao seu regresso de Portugal. Demorou-se algum tempo aqui, e foi ao chegar ali, quando recebeu a conta corrente do Banco Nacional Ultramarino, em 20 de Outubro, que o Sr. adido militar deu pelo roubo.

O Sr. Cunha Leal (interrompendo): - E em que data tinha saído de Paris o Sr. Almeida Pinheiro?

O Orador: - Neste momento não posso precisar a V. Exa. essa data, porque não tive ainda tempo para ver bem o assunto.

O Sr. Cunha Leal (interrompendo): - Mas foi antes ou depois de 20 de Outubro?

O Orador: - Parece-me que foi em fins de Agosto, mas não posso afirma-lo de uma maneira concreta.

O Sr. Cunha Leal (interrompendo): - V. Exa., que ainda está tam pouco conhecedor do assunto, parece-lhe que já amanhã estará apto a tratar dêle?

O Orador: - O melhor que me fôr possível.

O Sr. Cunha Leal (interrompendo): - Parece-me que o melhor será marcar um dia da próxima semana para então podermos tratar a valer desta questão.

O Orador: - Pode ser na próxima torça ou quarta-feira, se o Sr. Presidente assim o entender.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Cunha Leal: - Duas palavras apenas. No intuito de ajudar o Sr. Presidente do Ministério, eu quero dizer-lhe o seguinte:

Apesar do caso já aqui ter sido tratado por quatro vezes, vê-se que êle não está absolutamente nada esclarecido, porque o Sr. Presidente do Ministério o confundiu ainda.

S. Exa. confundiu uma falsificação de documentos com a de um cheque que tem o nome do Sr. Vitorino Godinho.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Vitorino Guimarães) (interrompendo): - Peço perdão a V. Exa., mas não confundi.

O Orador: - O que disso o Sr. Vitorino Guimarães é perigoso, pois antes do roubo houve falsificação, isto é, o Sr. Al-