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Sessão de 19 de Junho de 1925 23

A fôrça não mantém a ordem, provoca a desordem. Tenho dito. O orador não reviu.

O Sr. Pedro Pita (para explicações): - Sr. Presidente: é de uma grande gravidade a afirmação que acaba de fazer o Sr. Carlos de Vasconcelos.

Sabe S. Exa. quem foi o Deputado que deu o bilhete para o Bela Khun ir para as galerias na célebre noite em que, de facto, nós todos sentíamos que essa o outras criaturas semelhantes pretendiam fazer pressão sôbre o Parlamento.

Afirmou hoje o Sr. Carlos de Vasconcelos que o Deputado que forneceu o bilhete não pertencia à maioria.

Fica, pois, uma suspeita sôbre todos os Deputados que da maioria não são.

É necessário lembrar os factos que então se passaram.

Era o Govêrno atacado violentamente pelas oposições desta Câmara e toda a gente afirmava, como toda a gente sabe que isso era verdade, que as galerias estavam cheias de indivíduos que pretendiam exercer pressão sôbre nós.

O Sr. Carlos de Vasconcelos:-Dizia-se ainda mais alguma cousa.

O Sr. José Domingues dos Santos: - Até diziam que se queria assassinar o Chefe do Govêrno.

O Orador: - Não pretendo do maneira nenhuma impedir que os Srs. Deputados me interrompam, mas porque estou tratando de um assunto gravíssimo, sôbre o qual desejo levar seguido o meu raciocínio, dispenso-me de lhes responder.

O Govêrno - dizia ou - estava sendo violentamente atacado pelas oposições.

Todos se lembram das manifestações que então se produziram nas galerias.

Todas elas foram a favor do Govêrno e não das oposições.

O Sr. Carlos de Vasconcelos:-Peço a palavra para explicações.

O Orador: - Estou certo de que o Sr. Carlos de Vasconcelos não fazia a afirmativa que fez, se não estivesse convencido do que afirmava.

Mas, Sr. Presidente, basta lembrar o que se passou para que não possa ser aceite como boa semelhante afirmação.

Quero dizer a V. Exa. e à Câmara como a êsse respeito pensa o meu partido.

Quem quer que fôsse o Deputado que dêsse o bilhete da galeria com conhecimento da pessoa a quem o dava, era criatura que não mereceria mais a nossa consideração.

Apoiados.

Não teria situação moral para continuar aqui dentro. Qualquer de nós lhe recusaria a mão.

Apoiados.

Sr. Presidente: creio que as minhas palavras são por tal maneira claras, que não podem deixar dúvida no espírito de ninguém, de que nós seremos os primeiros a repudiar quem o tivesse feito.

Mas V. Exa. não teve dúvida, certamente, de que fossem Deputados da oposição que entregassem bilhetes a quem viesse para aqui vexar-nos e insultar-nos, e não sei só mais alguma cousa.

Os bilhetes nem só pelos Deputados ou Senadores são dados.

Mas quero isto dizer que êsse bilhete não foi dado por qualquer Deputado ou Senador? Não.

Afirmo a V. Exa. que não sei quem o deu, o mais afirmo ainda: é que, se o Sr. Carlos de Vasconcelos tivesse feito somente a primeira parte da sua afirmação, eu completava-a, mas a segunda não deixaria de a fazer, se tivesse feito a primeira.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carvalho da Silva: - Sr. Presidente: as palavras do Sr. Carlos de Vasconcelos ...

O Sr. Vasco Borges (interrompendo): - Se é para declarar que não deu o bilhete, não é preciso.

O Orador: - Mas pode haver alguém que, sabendo que não é preciso, levante, no emtanto, a calúnia, e é por isso que uso da palavra.

Sr. Presidente: sei, perfeitamente, que as palavras do Sr. Carlos de Vasconce-