O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 19 de Junho de 1925 19

quarto milhares de soldados, de cabos e de sargentos da guarda republicana, do exército e da marinha, milhares de trabalhadores honestos de todas as classes, milhares de verdadeiros filhos do povo, porque o povo é esto e não a Legião Vermelha, que certas pessoas defendem?!

Apoiados.

Não! O povo é êste e não o pequeno agrupamento do indivíduos que cometem revoltantes atentados! Não, Sr. Presidente! Seria desonrar-nos a nós próprios, que vimos do povo o que pelo povo queremos trabalhar, dizer que o povo era essa legião de bandidos.

Apoiados.

Então, Sr. Presidente, é inimigo do povo o valente o brioso comandante Sr. Ferreira do Amaral, que, depois desta romagem de tantos milhares de humildes, recebo ainda mais esta prova de dedicação, prova que eu vou ler à Câmara para que ela veja como as criaturas mais modestas, como as mais pobrezinhas, como as mais propriamente saídas dêste bom povo do Lisboa, são as primeiras a desmentir os acusadores do brioso comandante?

É uma carta que acompanhou um grande ramo de flores naturais que foi entregue no quarto do hospital do S. José, onde está essa nobre figura do militar, êsse brioso soldado que tem ao peito uma Torre e Espada, à qual eu dirijo as minhas respeitosas homenagens como seu confrade nessa nobre ordem militar.

Dizia assim essa carta:

Leu.

Ah! Sr. Presidente é o homem que consegue esta demonstração de respeito e do carinho pela maneira como comanda a polícia que é acoimado de inimigo do povo!

Disso o essencial; disse o que tinha a dizer para que V. Exa., para que a Câmara e para que o meu país vissem de que lado está a razão, do que lado estão os verdadeiros defensores da ordem, do que lado estão os homens que usam honestos processos políticos, e de que lado se encontram os que, pelos seus agentes, lançam mão de meios que chegam á realização dos numerosos factos que apontei. E agora, Sr. Presidente, antes de terminar, eu quero dizer a V. Exa. mais uma vez e mais uma vez afirmar bem claramente que em todas as emergências me encontrarei ao lado dos homens da ordem contra os que procuram subverter os alicerces desta sociedade.

Apoiados.

Acima da disciplina do meu partido, que eu sei estar comigo na sua quási unanimidade, eu teria ainda a disciplina da minha própria consciência, a disciplina da minha probidade intelectual o os deveres e obrigações que me impõe a minha dedicação à República e o meu amor a Pátria.

O fim do exército não é, como já aqui se disse, defender esta ou aquela classe, mas sim defender a nação, a sua honra, a sua integridade.

Tenho o orgulho de ser militar e não mo acusa a consciência de ter faltado, em circunstância alguma, ao cumprimento do dever.

Sr. Presidente: não defendo nem defenderei violências que se exerçam contra presos, e não creio, repito, que elas se tenham praticado.

Mas, assim como a simples suposição dessas violências motivou um inquérito, eu tenho o direito de pedir que um rigoroso inquérito se faça sôbre todos os factos que acabei de apontar e que provam a existência das mais estranhas ligações entre inimigos da sociedade e aqueles que tinham por obrigação defendê-la dos ataques dêsses inimigos.

Veremos quem tem razão, se somos nós, os que defendemos a ordem, se são aqueles que têm seguido uma orientação que, certamente, a Câmara e o País condenam.

Apoiados.

Antes de terminar, levado pela minha dedicação à República e pelo meu dever de soldado da minha Pátria, sempre disposto a todos os sacrifícios, e a derramar por ela a última gota do meu sangue, eu quero dizer, por intermédio de V. Exa., a êsses homens que têm à frente o Sr. José Domingues dos Santos, que é tempo de se porem de joelhos, como contrição dos erros que têm praticado, e voltarem para trás, arrepiando caminho na senda perigosa que vão seguindo.

Sr. Presidente: é essa a única atitude que lhes compete, como republicanos e como patriotas, desistindo de lançar maio-