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24 Diário da Câmara dos Deputados

los não se referem a nenhum dos membros dêste lado da Câmara; todavia, quero afirmar que, nesse dia, nenhum Deputado monárquico dou qualquer bilhete.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carlos de Vasconcelos: - Sr. Presidente: é minha velha pecha, é um sestro antigo, o ver-me forçado em determinados momentos, nesta Câmara, a assumir atitudes talvez sentimentais.

Lembro-me ainda do quando aqui era acusado o Partido Nacionalista do ter tentado um golpe de Estado, de ter procurado prender o Sr. Presidente da República, na Rotunda.

Eu, que não era nacionalista, ergui-me da minha cadeira e declarei que não reputava nenhum membro dêsse partido capaz de cometer qualquer dêsses actos,

Neste momento, a scena repete-se.

Vejo acusado um Govêrno de que fiz parte, não indubitavelmente pela minha pasta, que não ora política, mas pela pasta do Interior, do Ter cometido determinados actos, que, tenho a certeza absoluta, o Ministro do Interior e todos os meus colegas repeliriam com a máxima indignação.

O ilustre Deputado Sr. Pedro Pita afirmou que, se tivesse pronunciado as primeiras palavras que eu proferi, as teria completado, indicando o nome do Deputado que deu a Bela Khun o bilhete de entrada nas galerias.

Sr. Presidente: não foi indubitavelmente o Sr. Pedro Pita quem deu o bilhete a Bela Kuhn, o que não impediria, como pode acontecer a todos nós, ter, em dada ocasião, tido relações do advocacia com Bela Khun, relações que não lhe permitiam conhecer a fundo a característica moral dêsse indivíduo, e lhe dêsse um bilhete para ir para a galeria. Êste facto é forçoso constatá-lo, e tanto que muitas vezes damos bilhetes a pessoas que mal conhecemos.

Disse o Sr. Pedro Pita que indicaria o nome.

Eu peço licença para afirmar que, quanto ao meu procedimento, sigo somente as indicações da minha consciência.

Não aceito conselhos que, do qualquer forma, me podem colocar numa situação que não desejo.

De todos os lados surgem hoje os ataques mais violentos, as diatribes mais deprimentes contra o grupo de homens que fizeram parte do Ministério José Domingues dos Santos, que, .quer rias cadeiras do Poder, quer nas bancadas da Câmara, defendeu o programa que ó, indubitavelmente, a honra dêsse grupo de homens.

Apoiados.

Recordo neste momento Vítor Hugo.

Se é preciso ser fidalgo, eu sou fidalgo plebeu. Se é preciso sofrer ataques para. defender os nossos intuitos, os nossos propósitos, direi então: eu sou canhoto.

Interrupção do Sr. Sá Cardoso que se não pôde ouvir.

O Orador: - A tal respeito V. Exa. permita-me que não diga mais nada, a não ser que a polícia do segurança do Estado é feita para averiguar dêsses factos.

O Sr. Pedro Pita (interrompendo): - Eu desejaria que V, Exa. pudesse explicar o que disso, porque poderia depreender-se das suas palavras que...

Trocam-se algumas explicações que se não perceberam.

O Sr. Sá Cardoso: - Sr. Presidente: acabei de dirigir ao Sr. Carlos de Vasconcelos uma pregunta que ficou som resposta,

O facto, porém, de S. Exa. dizer que não podia responder, para mim já é uma resposta.

De facto, desde que o Sr. Carlos de Vasconcelos não disse, de maneira clara, que quando se referia à maioria integrava nela o Partido Democrático e a Acção Republicana, para fim fica absolutamente claro que a referência era ao Partido Democrático.

Aliás protestaria.

Não podia, é claro, ter aqui todas as opiniões de todos os membros da Acção Republicana, o que não impede que faça a afirmação categórica de que não acredito na possibilidade, sequer, de que um dos seus membros tivesse cometido tam feia acção.

Apoiados.

Mas se tal se dêsse não só eu recusaria a mão a quem tivesse praticado tal acto, como o partido a que me honro de pertencer se apressaria a irradiar tal