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14 Diário da Câmara dos Deputados

gionários, que têm cometido os mais vis atentados nas ruas do Lisboa, foram durante algum tempo o mais forte apoio do Govêrno presidido por aquele homem público.

Estiveram na manifestação que foi uma noite ao Ministério do Interior aclamar aquele Govêrno entro vivas à revolução social e morras à burguesia.

Não faltaram na celebrada romagem a Belém, do dia 13 de Fevereiro, que pretendia segurar o mesmo Govêrno nas cadeiras do poder contra o voto expresso desta Câmara,

Eu acuso e acuso de cabeça levantada, com provas que me foram fornecidas pelos cidadãos que têm por missão assegurar a ordem pública na cidade de Lisboa,

Todos os legionários postos em liberdade durante o Govêrno presidido pelo Deputado que me antecedeu no uso dá palavra, e cujos nomes constam duma lista que tenho presente e que mo dispenso de ler, foram dos mais activos organizadores da manifestação a Belém.

À frente dessa manifestação iam uns sessenta homens armados, alguns dos quais com bombas, para provocarem a fôrça pública. Como o comandante da polícia tivesse mandado retirar os seus agentes do trajecto da manifestação, alguns dos seus dirigentes foram pedir à polícia que os mandasse para as ruas por onde devia passar a mesma manifestação.

O comandante Ferreira do, Amaral não lhes fez a vontade, porque sabia bem a que sinistro plano obedecia êsse podido. Já quando da manifestação nocturna ao Ministério do Interior só revelara contra a polícia um ódio traiçoeiro. Tendo explodido uma bomba lançada contra os bravos soldados da guarda republicana, determinados indivíduos afectos ao Govêrno de então acusaram vários guardas, citando os seus números, de terem feito fogo contra os manifestantes.

Os números dos guardas citados eram precisamente os dos homens que constituíam a chamada brigada de repressão dos bombistas.

(Quer a Câmara saber com que fundamento se fazia essa acusação?

Todos os guardas acusados encontravam-se na esquadra do Kato desde as 6 horas da tarde dêsse dia!

O comandante Ferreira do Amaral tinha tomado essa medida de precaução, porque já previa que êles seriam, por qualquer forma, vítimas dos ódios dos partidários do Govêrno. E assim, retidos na esquadra do Rato, êsses guardas tinham alvejado os manifestantes junto do Ministério do Interior...

Pois bem I O primeiro cuidado dó Chefe do Govêrno de então foi chamar ao seu Gabinete o governador civil para lhe mostra? a conveniência de se desarmar a polícia!

Eu faço estas acusações para que o País saiba as horas de tortura que temos passado no combate à desvairada política que certos elementos procuram realizar dentro da República, atentando contra o prestígio do Estado, minando os fundamentos da ordem social..

Foram passados pela polícia de Segurança do Estado do Govêrno presidido pelo Deputado que acabou de falar cartões do livre trânsito e portes de arma aos legionários que foram postos em liberdade em fins de Dezembro o princípios de Fevereiro.

Eu ouvi há pouco dizer ao referido Deputado que é necessário que êsses homens estejam ao serviço do Estado, que não havia uma polícia bem organizada que não tivesse êsses elementos ao seu serviço.

Sr. Presidente: ama cousa seria a polícia servir-se dos indivíduos que andam nas alfurjas planeando os maiores erimos para deles obter, pagando-lhes a denúncia, o plano dos seus crimes, e outra cousa é transformar êsses indivíduos em agentes da própria polícia e pô-los a guardar as casas dos cidadãos honrados da minha Pátria!

Eu acuso um tal Celestino de Vasconcelos de ter mandado, de acordo com o director da polícia de segurança do Estado dêsse tempo, dois temíveis legionários, Mário Fontainhas e Mário Gonçalves, guardar a casa dum antigo Presidente do Ministério.

Sr. Presidente: eu acuso! Acuso que Mário Fontainhas e Mário Gonçalves estiveram uma noite a guardar a casa do Sr. António Maria da Silva, sendo director da polícia de segurança do, Estado o Sr. João Pedro dos Santos. É acuso porque Mário Fontainhas o Mário Gonçalves, deportados da Guiné, figuram numa lista secreta como sendo, há meses,