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28 Diário da Câmara doe Deputados

S. Exa. presente. Não só tenho com S. Exa. as melhores relações de amizade, ainda que não seja meu correligionário, como sinto S. Exa. não estar aqui porque acaba de ser ferido no seu coração amantíssimo de pai.

Na pasta dos negócios estrangeiros está o Sr. Portugal Durão, que é também, além de meu correligionário, pessoa que eu conto no número dos meus amigos pessoais.

O Sr. Gaspar de Lemos, a quem também apresento os meus cumprimentos, é um amigo do sempre, não só meu como do Partido Democrático, quer nas horas amargas, quer nas horas doces do Poder.

O Sr. Ministro das Colónias, Sr. Presidente, que eu também não vejo agora presente, mas que já esteve aqui esta tarde, pertence ao número dos meus amigos íntimos. Foi meu companheiro na Assemblea Nacional Constituinte, e entro nós estabeleceu-se uma camaradagem que deu como resultado eu ter por S. Exa. um verdadeiro culto.

Oficial de marinha distinto, é considerado por todos aqueles que têm a ventura do o conhecer, uma pessoa dotada de bom coração.

Ao Sr. Ministro da Instrução, com o qual quási que não tenho relações, também saúdo neste momento solene, em que S. Exa. pela primeira vez sobe até às cadeiras do Poder.

Ao Sr. Lago Cerqueira, Ministro do Trabalho, e ao Sr. Tôrres Garcia, Ministro da Agricultura, a ambos envio os meus cumprimentos, afirmando-lhes os propósitos da minha amizade pessoal, que não se pode desvanecer por maiores que sejam as pugnas políticas.

Cumprido esto dever, devo começar por dizer a V. Exa. que sou de franca e aberta oposição ao Govêrno. Mais de que isso: recebo-o com a maior das hostilidades.

O Govêrno, tal como foi constituído, não só não satisfaz às exigências legítimas do meu Partido, mas até não satisfaz às exigências do povo republicano do País inteiro.

Não é porque o Ministério não seja composto de verdadeiros e cotados republicanos; é porque o Ministério manifestamente se constituiu para hostilizar a grande maioria dos elementos do Partida Republicano Português.

O Ministério constituiu-se sem qualquer espécie de consideração por aqueles que há muito tempo vêm reclamando que o Partido regresse àquelas normas de intransigência que foram sempre o seu lema.

O Sr. António Maria da Silva mais uma vez se apresenta a esta casa do Parlamento como Presidente do Ministério, pela quarta ou quinta vez, e, sem querer remontar muito atraz, basta-me relembrar, Sr. Presidente, quanto S. Exa. foi infeliz da última vez que constituiu aquele Ministério que foi mais tarde substituído pelo Ministério do Sr. Álvaro de Castro.

Lembra-me, Sr. Presidente, que êsse Govêrno não fez absolutamente nada em benefício da Nação; lembro-me, que por falta de medidas de carácter financeiro, Cie deixou que a libra se elevasse até a cifra fabulosa de 157$.

Lembro-me, Sr. Presidente, como forma grandes as pugnas políticas entre nós democráticos para que se cuidasse a valer da situação financeira do País, não a deixando ir de descalabro em descalabro, o lembro-me que às instâncias feitas por nós todos, o Govêrno respondeu com a sua inércia, emitindo papel sôbre papel; de uma maneira tam fabulosa que, se me não engano, atingiu um aumento de 400:000 contos, cifra verdadeiramente espantosa para um País tam pequeno e de tam poucos recursos como o nosso.

E lembro-me também, Sr. Presidente, que as dificuldades foram tam graves nessa época que o Sr. António Maria da. Silva, para acudir à situação e não sossobrar nos escolhos, mandou duas vezes, por portarias surdas, aumentar a circulação fiduciária, situação essa que tivemos de regular depois nesta casa do Parlamento.

Só mais tarde se discutiram nesta casa do Parlamento as propostas de finanças da iniciativa do então Ministro, Sr. Portugal Durão.

Lembro-me que de tal maneira elas estavam feitas, que era tal a confiança que as propostas inspiravam ao próprio Sr. Portugal Durão, que S. Exa. abandonou a pasta a meio da discussão, sendo substituído pelo Sr. Lima Basto, actual