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36 Diário da Câmara dos Deputados

adoptar a respeito dos problemas económicos e financeiros o critério simplista do ilustre Deputado.

O Sr. Sá Pereira é das pessoas que mais considero e respeito pela sinceridade das suas opiniões e pelo desassombro dos pontos do vista que preconiza o defende; mas o Sr. Sá Pereira, familiarizado com os problemas sociais, limitando, porventura, a sua boa vontade e melhores intenções a êsses assentos, não está familiarizado com os problemas que gastam o absorvem o País, e daí a razão das afirmações graves que produziu e do que disso a respeito do Sr. Portugal Durão.

Não me cabo a mim defender as personalidades democráticas agravadas, e que foram das mais distintas, nas palavras pronunciadas pelo Sr. Sá Pereira.

Essa defesa cabo ao Sr. Presidente do Ministério, como chefe do primeiro partido o da mais forte organização política com que a República pode contar, e que não deve estar à mercê de acusações que se não fundamentam o que o Sr. Sá Pereira foi o primeiro a repudiar, quando ouvia afirmar que essas arguições eram falsas e injustas.

O Sr. Sá Pereira fez uma generalização que nada absolutamente o autoriza a fazer em relação às pessoas que do algum modo intervêm na economia pública, e que se dedicam com as suas aptidões e faculdades de trabalho a outras ocupações que não sejam as burocráticas, onde, infelizmente para o País, se recrutam quási sempre os homens que têm de governar.

Apoiados.

Eu falo com absoluto desassombro, com a franqueza que me caracteriza e sem recear, porque nunca receei, as arremetidas - o não é ao Sr. Sá Pereira que eu me refiro neste momento - que lá fora se produzem, porque entendem que os políticos devem ser, acima de tudo, uns miseráveis e pessoas que não trabalham, nem manifestam quaisquer aptidões para benefício do País.

Prezo-me de ser das pessoas que distinguem conscientemente os interêsses do Estado dos interêsses particulares.

Sei muito bem onde começam uns e acabam os outros.

Já duas vezes ocupei, por desgraça do país, certamente (Não apoiados), a pasta do Comércio, e se alguma cousa me tem preocupado e interessado, tem sido justamente o desejo apenas de promover a riqueza do País.

Como quero o Sr. Sá Pereira que o seu ponto de vista de pagar bem aos operários seja uma realidade,- se S. Exa. sabe que as indústrias vivem uma vida miserável, mercê dos ódios que só desencadearam sôbre elas e da falta do competência, da inconsciência mesmo com que têm sido encarados os problemas que a cias interessam!

O Sr. Sá Pereira aludiu às opiniões do Sr. Portugal Durão.

Tenho com o Sr. Portugal Durão relações cerimoniosas, que vêm do tempo em que tive a honra de pertencer ao Partido Republicano Português, há alguns anos, quando S. Exa. não tinha a posição de destaque que mais tarde veio a desfrutar.

Raras vezes tenho trocado com S. Exa. impressões que não sejam relativamente aos assuntos que se debatem nesta Câmara.

Mas sejamos justos.

O Sr. Portugal Durão é alguém na sua terra e é uma pessoa que todos poderão atacar, menos os que defendem os interêsses do Estado.

Foi S. Exa. quem dirigiu os negócios dos Transportes Marítimos, com uma proficiência tal que, logo que deixou de os gerir, êles foram o caos que todos conheceram.

As pessoas que defendem a todo o transe a industrialização dos serviços do Estado não têm o direito de atacar o Sr. Portugal Durão.

S. Exa. foi a individualidade que no seu partido não teve uma hesitação ao defender a política da estabilização do escudo.

Pregunto ao Sr. Sá Pereira: quais os argumentos em contrário?

Em França, Caillaux, que é alguém, não defende outra política senão a da estabilização, que é defendida em todos os países por todos os Governos.

Tive ocasião de defender a política de estabilização do escudo.

Temos obrigação do fazer mais alguma cousa que não seja a política de corrilhos.

Emquanto se fizer a política da mentira, temos de confessar, como o Sr. Ve-