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Sessão de 6 de Julho de 1926 39

vocaram da parte dos Governos que têm passado por aquelas cadeiras a cautela que era necessário que houvesse para evitar novos desastres.

Chega a parecer incrível, Sr. Presidente, que uma pessoa como o Sr. António Maria da Silva, com o seu nome ligado a uma séria política de estradas - porque o tem à política de estradas mais útil que se tem feito no regime - venha dizer ao País que o Govêrno vai resolver o problema das estradas ordinárias.

Ordinaríssimas, ordinaríssimas é que elas são!

Terei, Sr. Presidente, um grande prazer, e S. Exa. sabe-o muito bem, em auxiliá-lo em tudo que possa, aqui e lá fora, para que se efectue a reparação das estradas do País, a fim de se poder andar nelas.

Fala-se também aqui no melhoramento dos portos.

Isto não pode deixar de ser apoiado por todos aqueles que sinceramente desejam que tal se faça.

Quando aqui na Câmara se ergue qualquer voz para tratar dêste assunto, não lhe faltam apoiados.

Mas. no fim de contas, o estado das estradas é cada vez pior, e, a respeito de portos, também nada se tem feito.

Quando eu passei pelo Ministério do Comércio propus me lazer estudar êsse problema, e nomeei uma comissão para elaborar o estatuto geral de portos.

Dessa comissão faziam parte pessoas competentes, mas, até agora, nada sei acerca dos seus trabalhos, nem vi que o assunto prendesse a atenção dos meus ilustres sucessores.

Chamo a atenção do Sr. António Maria da Silva para êstes problemas, porque S. Exa., que é um engenheiro distinto, e que tem dedicado tanta atenção aos problemas de fomento nacional, poderá, se quiser, resolvê-los, com as suas altas faculdades de inteligência, que até os seus mais irredutíveis adversários lhe reconhecem.

E então eu peco ao Sr. António Maria da Silva que, se lhe fôr possível, acabe com essa política dispersiva que estão fazendo as juntas autónomas, que não servem do nada para o País, apenas levantando constantes conflitos com os organismos locais.

Fala-se aqui - e eu, não tendo relações pessoais com o Sr. Ministro das Colónias, sei perfeitamente que S. Exa. está desejoso de acertar e de fazer obra útil - no regime bancário do Ultramar.

É êste um problema que daria para longos estudos e considerações.

Estão Já fora para serem estudadas por uma comissão várias propostas que nunca mais chegam a resolver o assunto, porque nós, efectivamente, temos a opinião de que as colónias hão de viver para tirarmos lucros delas. Permito-me pedir ao Sr. Ministro deis Colónias, se S. Exa. se demorar na sua pasta - o que não creio que suceda - que olhe a sério para êste problema, fazendo com que a comissão do regime bancário dê ao Govêrno os elementos necessários para resolver o assunto.

O Sr. Ministro das Colónias (Filemon de Almeida): - É justamente essa a minha intenção, porque considero o problema bancário das colónias como um dos mais importantes.

O Orador:-Folgo com as declarações do Sr. Ministro das Colónias, que confirmam o que se diz na declaração ministerial.

Estimarei muito que S. Exa. tenha ensejo de ocupar-se dêste assunto.

Sr. Presidente: há aqui duas afirmações que demandam uns leves reparos da minha parte.

Uma delas é a que se refere ao conhecimento da situação da indústria nacional. Nesta Câmara, várias vezes, nos temos ocupado da situação das indústrias do País.

Foi, segundo creio, o Sr. João de Deus Ramos, quando Ministro do Trabalho, quem procurou, por uma medida, embora parcelar e muito reduzida, resolver esta questão.

Mas ocupou-se apenas da crise da construção civil e mais nada.

E então sucedeu que, tendo-se perdido os esfôrços do Ministro do Comércio, Sr. Júlio Martins, relativamente a um inquérito industrial...

O Sr. Velhinho Correia (interrompendo): - Em 1917 fez se um inquérito às