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Sessão de 6 de Julho de 1925 37

linho Correia confessou, que as contribuições rendem pouco.

Defendeu S. Exa. a estabilização do escudo ...

Àparte do Sr. Velhinho Correia.

O Orador: - Eu não fiz confusão alguma.

V. Exa. trouxe ao debate a opinião que lhe dava o conhecimento dos factos.

Da análise dos factos tem S. Exa. a inferir que a arrecadação das receitas não correspondia nada às aspirações...

O Sr. Velhinho Correia: - Com certa surpresa minha, vi nesta Câmara pensar-se ainda numa valorização.

O Orador: - É certo que em determinado momento o Sr. Velhinho Correia representou um esfôrço no saneamento da política financeira do País.

O depoimento de S. Exa., trazido aqui, é a informação de um homem que batalhou denodadamente pela estabilização do escudo.

O Govêrno do Sr. .António Maria da Silva não tinha o direito de empregar estas palavras:

Leu.

É qualquer cousa de transitória a afirmação ministerial.

Não tenho de fazer a defesa do Sr. António Maria da Silva.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Guerra (António Maria da Silva): - Creio que está de acordo absolutamente com a doutrina que V. Exa. acaba de defender.

O Orador: - As palavras, então, atraiçoaram-no.

Afirmo que é preciso melhorar o escudo, promovendo que os factores económicos e financeiros se liguem. E V. Exa. compreende que é necessário isso para a estabilização.

Diz V. Exa. muito bem, mas o que não há dúvida nenhuma é que o Sr. Sá Pereira, se quisesse atacar o Govêrno, não precisava sair da declaração ministerial; tinha nela elementos, sobretudo no aspecto financeiro, para o atacar largamente, porque isto não se compreende

por mais explicações que o Sr. António Maria da Silva nos dê.

Feitas estas rápidas considerações, que era minha obrigação fazer, em relação a êste aspecto do discurso do Sr. !Sá Pereira, desejo insistir em algumas considerações que nem por velhas o revelhas, no aspecto de eu tratar delas muitas vezes, e no aspecto do desinteresse a que o Terreiro do Paço as tem votado, apesar das reclamações do País, não deixam de ser oportunas.

O Sr. Presidente do Ministério quis fazer, e fez, uma declaração ministerial rápida, curta, incisiva mesmo. Procurou focar dos assuntos da administração pública aqueles que se lhe afiguravam ser mais prementes, aqueles que exigiam que o Govêrno os olhasse com atenção e sem demora. Mas como o Sr. António Maria da Silva não tem sempre, ou não quere ter, a noção exacta dos assuntos que versa, ràpidamente se esquece dos assuntos culminantes, e então vá de fazer aquela enumeração de problemas e questões que nós já sabemos que mesmo que o Govêrno dure muito tempo - e S. Exa. sabe que não durará muito, apesar de eu não lhe negar o voto, digo-o já para sossegar S. Exa. - não se realizarão por muitos anos ainda.

Surge logo do entrada uma questão importantíssima, uma questão que numa democracia devia ter sido fundamental para todos os Governos: a questão da emigração. Há quantos anos estou eu lendo nas declarações ministeriais que os Governos vão cuidar dos nossos repatriados! Há quantos anos ouço as mais bem intencionadas palavras da parte dos Governos, a respeito da vida dos emigrantes lá fora, e a respeito ao que é necessário fazer em relação à assistência, protecção e cultura dos portugueses que vão aplicar a sua actividade no estrangeiro! Pois mais uma vez vem falar-se nisso, e nestas palavras simples: o melhoramento dos serviços de emigração.

Lastimo que o Sr. Presidente do Ministério se refira ao assunto nestas palavras; melhor seria que não se tivesse referido a êle.

Apoiados.

S. Exa. deve ser o primeiro a reconhecer que, se o Parlamento lhe der con-