O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 16 e 17 de Julho de 1925 91

consideração, manifestada publicamente, pelo exército português, porque tendo sido Ministro interino da Guerra, nenhum oficial mo pode acusar de ter praticado qualquer acto de política mesquinha.

Eu nunca me importei com a política de oficiais, e hoje, que me encontro na pasta da Guerra, estou convencido que os oficiais me prestam justiça.

Os meus desejos são sempre para o bem dele, que eu considero como o principal instrumento da República.

Êste assunto é deveras melindroso, e já são duas vezes que S. Exa. me ameaça copa revoluções.

Sr. Presidente: quem tem a responsabilidade política do Sr. Álvaro de Castro não faz afirmações dessas!

Já uma vez também por poucos votos de maioria se reuniu o Congresso, e aí verificou-se que eu tinha maioria no Parlamento.

Uma pessoa de grande prestígio republicano, o Sr. Brito Camacho, disse-me que eu devia dar provas ao Senado em face da situação criada.

Eu disse ao Sr. Presidente da República que não lhe solicitava a dissolução, e se lha solicitasse - toda a gente sabe o respeito que eu devo a essa grande individualidade da República - e se S. Exa. não ma negasse, poderiam acusá-lo de mostrar-me parcialidade.

Mas porque fui durante muito tempo contra o direito de dissolução, e porque não queria que depois - pareço já quási estar assente essa doutrina- se dissesse que o meu Partido, que tanto tinha combatido o direito de dissolução, o queria para si, e que já o achava absolutamente aceitável, não fiz isso.

Mas vim a conseguir, mercê da minha insistência, da minha tenacidade, da minha hierarquia mesmo, adentro do meu Partido e até da minha acção no conselho parlamentar, em que esteve o ilustre parlamentar Sr. Álvaro de Castro e uma alta figura da política portuguesa, o malogrado Júlio Martins, que se não dêsse a dissolução ao Partido Nacionalista.

Não foi, portanto, para o meu Partido, e assim respondo ao Sr. Pedro Pita e às considerações do meu querido amigo Sr. Cunha Leal.

Se o Partido Nacionalista não usou dos meios legítimos para ter na Câmara uma
representação que o apoiasse devidamente, a culpa não foi minha nem dos meus correligionários.

Mais tarde, como toda a gente o sabe, com risco da minha própria vida, acompanhei, sofrendo mesmo grandes dissabores adentro do meu Partido, o Govêrno do Sr. António Granjo.

Depois, quando veio a esta casa do Parlamento o Sr. Ginestal Machado em minoria - note o Partido Nacionalista: "em minoria" - acompanhei-o no seu Govêrno, e culpa não tenho, culpa não teve o meu Partido que êsse Govêrno praticasse actos que desagradaram ao Parlamento e que levaram à queda do Gabinete.

Mas ainda nessa ocasião eu ofereci ao Sr. Ginestal Machado lealmente a recomposição, dizendo-lhe:

Continue!

Então um Partido que sofre êstes "agravos" tem o direito de clamar agora, esquecendo-se de actos que praticou e não de actos nossos?

Costuma dizer o povo que às vezes "se faz o mal e a caramunha", e infelizmente estou habituado a ver assim suceder quando os outros se referem ao meu Partido.

Apoiados.

Dizia há pouco o Sr. Pedro Pita: Parece que nós somos indesejáveis para o Partido Republicano Português.

Mas o congresso do meu Partido, e com calor, endereçou os seus cumprimentos ao Partido Nacionalista!

O Partido Nacionalista recebeu as homenagens do meu Partido.

Mas, Sr. Presidente, é manifesto que os meus correligionários não têm a paciência evangélica de oferecer a outra face, depois de receber uma bofetada na primeira.

Não podem agradecer a S. Exas. o fenomenal carinho com que o Partido Nacionalista costuma tratá-los.

Mas vim eu aqui com o propósito de guerrear alguém?

Não!

E assim como S. Exas. querem governar, também eu tenho o direito do dizer "quero", e tenho o direito da prioridade e do volume pelo menos.

Vejam V. Exas. que não é a qualidade de ter barba ou bigode que dá a elevação e inteligência ao Sr. Álvaro de Castro...