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86 Diário da Câmara dos Deputados

membros dêste Govêrno, aos quais tantas vezes manifestei a minha consideração.

Mas o que se passa desde ontem à noite, é inadmissível.

Apoiados.

Ficaria de mal com a minha consciência se não lavrasse o meu protesto e só não dissesse aos Srs. Deputados que apoiam o Govêrno que não queiram provocar simultaneamente duas crises, a do Govêrno e a do Parlamento, pelo sou absolutismo.

Desde as 22 horas horas de ontem até à l hora e meia de hoje, falaram poucos Deputados. De oposição nem sequer uma hora gastaram.

O Govêrno há 14 horas que vem moendo a paciência do Parlamento no almofariz; da eloquência dos seus Deputados.

Isto torna mais visível o descrédito do Parlamento.

Que finalidade tem isto?

Apensa o Govêrno, consumindo a nossa paciência, que pode alterar o numero de votos da oposição?

Diga ao menos o Govêrno que espera pelo comboio das 14 horas e nós esperáramos mais algum tempo.

Mas estamos convencidos de que o Govêrno, sem, conseguir uma vitória, vai simplesmente provocar o descrédito do Parlamento.

E neste momento, em que não fui até esta hora adversário intransigente do Govêrno, entendo que num dado momento, em nome do meu Partido, devo tomar aquela posição que êste julga que deve tomar.

Imponha aos seus amigos silêncio. É seu dever.

Apoiados.

Nós não queremos ser mais moídos.

Temos assistido a êste espectáculo sem protestos nem irritações, mas queremos ver até onde chega isto, até que horas e Govêrno, e seus amigos se decidem a contar os votos, e saber com quem se conta.

Não importa que seja vencedor ou não o Govêrno, mas importa que acabe está s cena.

Sei que no Regimento existe o direito de os Srs. Deputados fazerem o que fizeram, mas não se pratica um acto dêstes sem finalidade prática,

Faz, porventura, esta demora chover Deputados do céu?

Que objectivo se pretende atingir?

Reparem os amigos de Govêrno que, nesta hora, o Parlamento se não encontra mais prestigído de que o estava ontem.

Não há o direito de persistir neste espectáculo.

Poderíamos usar do direito que temos, de nos termos do Regimento acabar com isto, mas cometeríamos a violência política de coartar o direito de os Srs. Deputados usarem da palavra como e durante o tempo que (intenderem, mas pedimos à consciência de todos que simplifiquem o problema.

Querem, porventura, aguardar a chegada do comboio das 2,40?

Digam-no claramente, que. nós esporaremos.

Quem diz isto não quere prejudicar o Govêrno, Mas o que nós não podemos é estar indefinidamente à espera que os votos positivos se transformem em votos negativos.

Não desejo melindrar ninguém, mas confesso que não fiquei satisfeito por ver o ilustre Deputado o meu amigo Sr. A gatão Lança praticar um acto político que está inferior aos seus méritos pessoais, virtudes do republicano e até ás suas virtudes de amigo do Govêrno, que lealmente, se conserva a seu lado.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Manuel Fragoso: - Sr. Presidente: vou empregar nas explicações que quero dar ao ilustre leader do Partido Nacionalista, Sr. Cunha Leal, muito menos palavras da que S. Exa. empregou nas suas explicações também.

O que se tem passado é, principalmente uma consequência da intransigência das oposições, que ontem à noite não quiseram acordar connosco no sentido de se interromper a sessão à uma hora da madrugada, transferindo para hoje a resolução difinitiva do debate político que tam torto nasceu e que não será possível tornar completamente direito.

Referiu-se o Sr. Cunha Leal ao descrédito do Parlamento:

Ora eu quero observaria S. Exa. que êsse descrédito pode, necessàriamente, nascer duma; sessão arrastada como tem sido a que se iniciou ontem, derivado da ânsia contínua que existe em derrubar