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84 Diário da Câmara dos Deputados

rações produzidas pelo Sr. Cunha Leal, mas devo dizer que S. Exa. não devo estranhar que eu me sirva dos meios que o Regimento me confere,

Interrupção do Sr. Cunha Leal que se não ouviu.

O Orador: - Eu pus a questão perante a Câmara.

Eu sinto que tenha de tomar esta atitude, mas ela é a única que eu posso adoptar, do harmonia com a minha consciência.

Eu reputo êste Govêrno o único capaz de prestar altos serviços à Pátria o à República, e até mesmo ao meu partido.

Assim, nós temos de analisar o passo que a Câmara vai dar, a situação que êle criará e as graves consequências que acarretará.

Não há dúvida, Sr. Presidente - mais uma vez o acentuo - que um dos maiores inconvenientes que pode haver em derrubar êste Govêrno é o do, caído êle, outro qualquer que lhe suceda não nos dará a mesma garantia de que os orçamentos do Estado sejam devidamente discutidos e aprovados.

Sr. Presidente: êste Govêrno conseguiu já em oito dias a discussão integral do orçamento do Ministério das Finanças, Assim, caminhando, a 15 de Agosto teríamos, sem dúvida, os orçamentos todos nas condições precisas.

Sr. Presidente: algumas pessoas que lá se julgam com o Poder na mão, se a êle não forem chamadas hão-de encontrar só daqui a algum tempo na mesma posição que hoje têm.

O Sr. Sampaio Maia já prometeu derrubar o próximo Govêrno se êle não fôr da sua cor política. E assim S. Exa. tratará doutros "negócios urgentes" para que tenham o mesmo epílogo que S. Exa. agora deseja.

Sr. Presidente: o Sr. Sampaio Maia que, justo é dizê-lo, é uma pessoa sensata e hábil mesmo, sob o ponto do vista político, sabe perfeitamente que se o Partido Republicano Português quiser governar tem elementos mais que suficientes para isso.

Vozes das direitas: - V. Exas. estão a dizê-lo desde ontem à noite...

Risos.

O Sr. Maldonado de Freitas (em àparte): - Isto é que tem sido um manancial de eloquência!...

O Orador: - Não tenha V. Exa. inveja!

Eu também tenho tido ocasião de apreciar V. Exa. pelos seus discursos inteligentes e cheios do elevação. Eu bem sei que as palavras que S. Exa. há pouco me endereçou representam apenas uma gentileza da sua parte... O que V. Exa. e ninguém me poderá negar é a grande sinceridade o espirito patriótico com que falo nesta hora.

Apoiados.

Estou absoluta e sinceramente convencido de que esto Govêrno é útil ao País e à República, aos quais pode prestar grandes serviços.

Eu, que até por uma questão de generosidade, estou sempre disposto a acreditar nas boas conversões, nego o direito de serem verdadeiramente republicanos àqueles que pela República nunca se sacrificaram,

E preciso organizar o Ministério dos Negócios Estrangeiros no sentido de promover a nossa expansão económica, como sucedo noutros países.

As pessoas que levantaram uma questão politica, a propósito da ordem pública, hão-de vir a arrepender-se do mal produzido,

Nem todas as águas lustrais serão capazes de os lavar. Um dia conhecerão o êrro do seu procedimento.

Sr. Presidente: eu vejo que muitos Srs. Deputados já estão cansados, mas eu também estou cansado e se houvesse mais silêncio, ou se estivessem mais próximos certamente me ouviriam.

A moção do Sr. Pedro Pita, tanto numa parte como na outra, não é de aceitar, nem mesmo S. Exa. devia mandar para a Mesa semelhante moção, que como já alguns Srs. oradores demonstraram é anti-constitucional.

Diversos àpartes.

O Orador: - Vejam V. Exa. a a situação em que colocam o Chefe do Estado.

Trava-se diálogo entre o Sr. Vasco Borges e o orador.