O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 16 e 17 de Julho de 1925 83

Mas, nessa manhã de 18 de Abril, fui-me oferecer para ir combater os revoltosos.

Pois houve um homem, que não sabe a quanto obriga os galões, que foi afirmar que eu não tinha ido ao quartel para me oferecer contra os revoltosos, mas para visitar o Sr. Cunha Leal.

Sabe o Sr. Amadeu do Vasconcelos que foi S. Exa. quem me disso à porta do Carmo que o Sr. Cunha Leal tinha passado acompanhado por um tenente e tinha entrado no quartel.

Depois de saber que êle lá estava, pedi autorização para lhe falar, e foi com mágoa minha que me foi negada licença.

O Sr. Ministro do Interior não devia ter assim procedido. S. Exa. não tinha o direito de supor que da minha visita resultasse qualquer inconveniente.

Não sou pessoa que me impressione com popularidades; sou apenas uma pessoa que tem apenas em vista o cumprimento do seu dever, que gosta que todos conheçam a sua atitude clara e franca.

Não gosto, portanto, que me atribuam atitudes que eu não assumo. E assim é que vem neste momento a propósito desmentir o que em certo papel foi escrito a êste respeito, de que eu teria defendido conspiradores, como, por exemplo, o Sr. Filomeno da Câmara.

E uma torpe mentira de quem propalou êsse boato.

O que eu disse aqui, desta mesma tribuna e na mesma voz alta com que estou falando, foi o seguinte:

Davam me como metido nessa conspiração - eu que nunca conspirei contra nenhuma situação constitucional- contra um Govêrno legal e constitucionalmente organizado, ao lado de pessoas que nem conheço, e então eu disse nesta Câmara que, se o Govêrno tinha transferido o Sr. Filomeno da Câmara para o Algarve por estar metido neste movimento, mas se acaso tinha o mesmo fundamento que a mim se dirigia, desde já declarava que considerava essa transferência uma arbitrariedade e aproveitava o ensejo para prestar homenagem às qualidades de oficial do Sr. Filomeno da Câmara.

Foi isto que disse e não o que me foi atribuído.

Não disso que não conspirava, nem o podia dizer, porque não sei o que cada

um faz ou pensa fazer. Só sei que não conspirei.

Aqui tem o ilustre Deputado intorpelante, a traços largos, algumas considerações que me era dado fazer sôbre êsse episódio revolucionário.

Mas, Sr. Presidente, outros pontos nós temos obrigação de, tocar, e assim é que não podemos esquecer que, tendo sido prorrogada a sessão parlamentar para tratar especialmente da discussão e aprovação dos orçamentos, nós verificamos que dois dias depois se põe êsse assunto importante para segundo plano.

O Sr. Manuel Fragoso (com licença do orador): - V. Exa. dá-me licença que formule um requerimento à Mesa continuando, após a votarão dêsse requerimento, no uso da palavra?

O Orador: - Sr. Presidente: o ilustre Deputado Sr. Manuel Fragoso faz-me saber que deseja fazer um requerimento a V. Exa.

Já nesta Câmara tem sucedido um Deputado interromper as suas considerações para outro formular um requerimento 6, porque assim se tem feito, digo a V. Exa. que estou disposto a autorizar que êste Sr. Deputado faça êsse requerimento, interrompendo as minhas considerações, se V. Exa. depois me der a palavra.

O Sr. Presidente: - Não pode ser, é contra o Regimento.

O Orador: - Mas já não é a primeira vez que isso se faz.

O Sr. Cunha Leal: - Tem se feito, mas é com o consentimento geral.

Teríamos muito prazer em ser amáveis para um nosso ilustre colega.

Mas nós, que temos tido a paciência evangélica de assistir durante longas horas ao arrastar desta sessão, não podo-mos com o nosso consentimento permitir que se alongue ainda mais.

E inútil, portanto, V. Exa. apelar para a Presidência, porque S. Exa. não tem modo efectivo de 'satisfazer o pedido de V. Exa.

O Orador:-Entendo também que o ilustre Deputado tem razão.

Ouvi com a maior atenção as conside-