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82 Diária da Câmara dos Deputados

esfôrço de memória, a lembrar-mo de outras atitudes que têm sido tornadas nesta Câmara em casos idênticos a êste: êsses Governos eram rialmente daqueles em que a percentagem republicana era grande. É claro, que me refiro aos republicanos históricos, àqueles que me ensinaram a amar a República e que levaram a sua acção de propaganda a todos os recantos do País, para conseguirem esta cousa admirável que é a República, que, aliás, só tem o povo a defendê-la, porque, se nós formos analisar bem as circunstâncias, veremos que não têni sido as elites que têm mantido a República em Portugal, mas o povo que a tem mantido através de todos os perigos e atitudes que os seus Governos o parlamentares têm assumido.

Não sucede tal com êste Govêrno, porque êle saiu do maior partido da República.

Àparte do 81, Ribeiro de Carvalho.

O Orador: - Por muito dividido que esteja, é sempre maior do que o de S. Exa.

Um modo do prender a atenção da Câmara é falar na distribuição feita pelo Sr. Sampaio Maia.

Mas eu não falo sem provas.

O Sr. Sampaio Maia (àparte). - Eu tinha mostrado desejos de falar em negócio urgente, porque eu queria sabor a razão por que o Sr. Presidente do Ministério não tinha mandado proceder à captura dos presos fugidos. Eu queria preguntar se o Sr. Presidente do Ministério considerava como de confiança essa moção que era de desconfiança e que tinha sido rejeitada apenas por um veto

O Orador: - Considera o Sr. Sampaio Maia que o Sr. Presidente do Ministério não tinha respondido a cousa nenhuma.

Não é esta a minha opinião.

O que naturalmente aconteceu foi o Sr. Sampaio Maia num sempre só ter apercebido da resposta do Sr. Presidente do Ministério..

Mas a S. Exa. digo que a fuga de vários presos não constitui sempre um prenúncio de alteração de ordem pública.

Compreender-se-ia tal se fossem militares que, fugindo, fossem ter às suas unidades.

Disso o ilustre Deputado Sr. Sampaio Maia que fez preguntas concretas relativamente à fuga dos presos implicados no 18 de Abril o que não obtivera resposta.

S, Exa. é político, parlamentar o antigo Ministro, não deixando por isso de acompanhar o noticiário dos jornais.

Sendo assim, há de forçosamente saber que providencias haviam sido tomadas.

Eu sei, Sr. Presidente, que os meus ilustres colegas estão com pressa em se ir embora para descansar e tomar as suas refeições. Eu também não dormif não almocei nem me barbeei, e hei-de estar aqui a cumprir o meu dever de republicano em quanto tiver fôrças para o fazer.

Mal de nós se abandonássemos com tanta facilidade o campo da luta onde as nossas convicções republicanas nos lançam, pouca e imerecida seria a confiança que o povo republicano teria em nós.

Não abandonámos nem abandonaremos o homem que, republicano como nós, estamos convencidos do que melhor do que qualquer outro tem condições de inteligência, saber, ponderação e conhecimento dos negócios públicos para bem administrar o trazer para a minha Pátria, sob o regime republicano, horas e dias de maior felicidade, do alegria, de paz o de amor entre todos os republicanos portugueses.

Como se sabe, eu represento nesta casa uma região muito importante.

Pois é uma região assas esquecida dos Poderes Públicos, sem uma estrada capaz que a atravesse, sem outras que liguem os seus concelhos, com unias d em conclusão, com outras a principiar.

Mas a idea de S. Exa. ao levantar a questão urgente foi o seu receio da manhã de 18 de Abril.

Foi o Govêrno de então, pouco hábil, porque não evitou a revolução, quando sabia que ia rebentar.

O Sr. Amaral Reis, presente, e um dos Ministros de então, concordará comigo.

Àparte do Sr. Amaral Reis.

O Orador: - S. Exa. não ouviu bem o que eu disse.