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Sessão de 30 de Julho de 1925 11

soais no sentido de trabalhar em benefício do próprio País.

Não há excepção que mereça referência.

São todos iguais, democráticos n.ºs 1 e 2, nacionalistas, unionistas novamente organizados e independentes.

São todos iguais, e até os que se dizem independentes se agruparam como se pudesse haver independentes agrupados.

A circunstância de estarem agrupados, em vez de os tornar independentes, torna-os dependentes. Fazem êles parte daquilo a que eu chamo o musgo da República.

O musgo no Parlamento e fora dele é constituído pelos pequenos grupelhos republicanos, que querem por fôrça agarrar-se a uma árvore forte para se segurarem.

Há o musgo accionista, o musgo dos independentes e o dos camachistas.

Ora, como o Sr. Domingos Pereira, embora seja uma boa árvore, com boa sombra, não está disposto a deixar-se cobrir por êsse musgo, antes, pelo contrário, quere o seu tronco e ramagem livres, para poder actuar com maior liberdade, vá de declarar-lhe guerra terminante, sem se saber qual o seu programa e os homens que o acompanharão no Govêrno.

Sr. Presidente: como há pouco disse, êste terrível parasita pretende agora embaraçar inteiramente os movimentos daqueles que, de boa fé, pretendem fazer qualquer cousa de útil e proveitoso para o País.

Êles querem voar, mas não tem asas; querem andar, mas não têem pés; querem progredir, mas não têm qualidades nem actos que os recomendem à consideração de ordem política de quem quer que seja.

Por mais banquetes que façam, por mais discursos ocos e vazios que profiram, por mais ameaças que dirijam, não conseguem impôr-se.

O Sr. Álvaro de Castro, pretende agarrar-se, como musgo também, à Constituição, não se lembrando que foi um dos chefes do Govêrno que mais a infringiram.

O Sr. Álvaro de Castro e os seus amigos, nas moções que votam, dizem que apoiam os Governos, desde que sigam a sua obra financeira. Mas, a obra financeira de S. Exa. é a venda da prata, não nos tendo vendido a camisa, porque para isso não lhe deram tempo.

Quere o Sr. Álvaro do Castro que continuem a sua obra. Depois da venda da prata só falta vender as colónias. E por esta forma que S. Exa. deseja que se continue a sua obra financeira?

Sr. Presidente: sinto-me fatigado e não posso prosseguir nas minhas considerações, pois do contrário falaria largamente para demonstrar o que é a proposta e a situação desgraçada em que se encontra o País; mas estas considerações guardá-las-hei para o debate político.

Por agora tenho dito, reservando-me para a especialidade, se entender dever falar.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Morais Carvalho: - Sr. Presidente: teve toda a razão o meu ilustre colega Sr. Cancela de Abreu em verberar a forma por que se iniciou esta discussão.

Como é que uma proposta de iniciativa ministerial pode ser discutida sem estar presente o respectivo Ministro em quem o represente?

Eu sei que é praxe parlamentar, tanto no Parlamento Português como nos outros países parlamentares, os Ministros demissionários não se apresentarem às Câmaras, mas não há lei alguma que o imponha e o Ministro das Finanças poderia ter vindo defender a sua proposta, à semelhança do que ultimamente se praticou em França.

Não há muitos meses, tendo caído o Ministério da presidência do Sr. Herriot, houve, ainda antes da constituição do Ministério - que lhe sucedeu, o actual que fazer aprovar com urgência uma proposta referente à circulação das notas do Banco de França; e então, perante a urgência que havia em se votar essa proposta, como se diz que há agora uma urgência igual para fazer votar isto que está em discussão, e perante o facto que se dava, como se dá também entre nós neste momento, de estar demissionário o Govêrno e estarem ainda caminhando as negociações para a construção de um novo Govêrno, adoptou-se naquele país o