O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 6 de Agosto de 1925 13

"canhotos", pela razão de já sermos nacionalistas, não pomos, evidentemente, os nossos votos ao dispor de qualquer daqueles grupos.

O Sr. Carvalho da Silva (interrompendo): - Gato escaldado, de água fria tem medo.

Risos.

O Orador: - Nestas condições, Sr. Presidente, eu peço licença ao Sr. José Domingues dos Santos para apenas achar graça à declaração que S. Exa. ontem fez, de que, se o Govêrno não fizesse, se o Govêrno não cumprisse com determinadas cousas, êle então o derrubaria.

Não derruba nada!

Risos

Ou o derruba hoje, ou não o derruba mais.

Vozes: - É o derrubas!

Risos.

Pomos assim as cousas com aquela clareza que elas precisam de ter.

Os nossos votos vão hoje para a moção de desconfiança que vou ter a honra de mandar para a Mesa e fica esta afirmação: ou o Govêrno é derrubado hoje, ou não é mais derrubado!

O Sr. Sá Cardoso (interrompendo): - V. Exa. esquece-se de uma outra hipótese: é a de êle ser derrubado pelos próprios democráticos...

O Orador: - Não é fácil!

O Sr. José Domingues dos Santos: - V. Exa. não quere?

Pois bem, não é mais derrubado!

O Orador: - Ficam portanto as nossas duas afirmações: derruba-se o Govêrno quando eu quiser!

Mas eu digo de cá a V. Exa.: "é o derrubas"!...

O Sr. José Domingues dos Santos: - Eu disse que o combatia apenas quando julgasse necessário.

O Sr. Cunha Leal: - A não ser que V. Exa. conte antecipadamente com alguma promessa do Sr. Presidente da República de derrubar êste Govêrno!

O Sr. Amadeu de Vasconcelos: - Isso agora é que não tem graça, nem é verdade.

O Sr. Cunha Leal: - A graça acha-a cada um como quere.

O Orador: - De resto, não vale a pena ter hoje preocupações.

Até há pouco havia da parte de todos uma preocupação: que fossem "lá" os nacionalistas, os nacionalistas, grupo que "não tem importância", em "desagregação", como dizia o Sr. Sá Cardoso, partido "que não tem raízes", mas que no fundo é o pesadelo de todos êstes senhores.

Pois bem: o pesadelo deixou agora de o ser.

Sr. Presidente: O meu ilustre leader Sr. Cunha Leal, falando em nome do Partido Nacionalista, fez ontem uma afirmação bem clara.

Quere dizer, que dêste lado há, pelo menos, uma cousa apreciável.

Não quero dizer com isto que não haja dos outros cousas apreciáveis.

Quero acentuar que no Partido Nacionalista há uma cousa apreciável: é a dignidade, o conhecimento de certos factos e a necessidade que a dignidade impõe de tomar as atitudes correspondentes.

É-me, Sr. Presidente, muito grato poder afirmar que é "boa gente", porque "se sente".

Ontem, respondendo talvez ao Sr. Cunha Leal, o Sr. Sá Cardoso fez uma afirmação, que já uma vez lhe ouvi nesta Câmara, afirmação que não tendo nada, embora, com o debate político que se trava,. eu desejo deixar esclarecida por uma vez" avivando um pouco a memória de S. Exa.

O Sr. Sá Cardoso, meu prezado amigo, fez ontem esta declaração:

Lê.

Sr. Presidente: isto dito assim, desfazia-se - e era êste o intuito de S. Exa. - a afirmação do Sr. Cunha Leal de que o Sr. Presidente da República, num determinado momento, fomentara, auxiliara uma scisão, dando o Poder à facção que nesse momento saía do nosso partido.

Mas eu vou avivar a memória de S. Exa.

A última vez que o Sr. Álvaro de Cas-