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18 Diário da Câmara dos Deputados

forma poupará ao Partido Nacionalista o trabalho do aprovar todos êsses decretos.

Antes do terminar as minhas considerações, eu desejo fazer uma pregunta ao Sr. Presidente do Ministério, isto ó, referente àquela parte da declaração ministerial que diz respeito a liberdade, do acto eleitoral.

Orno, Sr. Presidente, que S. Exa. ao formular a sua declaração ministerial não pode fugir ao sou republicanismo, tendo formado um. Ministério do conciliação, pois de admirar não será que dentro em pouco não tenha que fazer intervir a polícia no meio de tanta conciliação republicana.

O que eu desejo preguntar a S. Exa. é se aquela liberdade que anuncia é só para, republicanos, ou se pelo contrário S. Exa. está disposto a proceder com essa liberdade para com todos os indivíduos que pretendam exercer o seu direito do voto.

Se bem que o Sr. Presidente do Ministério seja uma pessoa que nos merece muita estima e consideração, não nos pode merecer muita confiança. No emtanto muito prazer teria se S. Exa. me dêsse uma resposta terminante, no sentido que acaba de me referir.

Aguardando que o Sr. Presidente do Ministério me dê uma resposta clara sobre o assunto, dou por terminadas as minhas considerações.

Tenho dito.

O orador não reviu.

Foi lida, admitida e posta em discussão, a moção enviada para a Mesa pelo Sr. Carvalho da Silva.

O Sr. Daniel Rodrigues: - Sr. Presidente: eu desejo também apresentar os meus respeitosos cumprimentos ao Sr. Presidente da Ministério, e bem assim a todos os seus colaboradores.

O Sr. Presidente do Ministério com os seus primores do educação, com o seu fino espírito e com a sua comprovada inteligência, impõe-se à minha consideração, como de resto à consideração de toda a Câmara.

Dos seus colaboradores conheço muito poucos; em todo o caso a todos êsses eu apresento as minhas homenagens.

Sr. Presidente: pedi a palavra para me referir a um ponto restrito.

Ontem quando ouvi falar o Sr. Rodrigues Gaspar, ouvi-lho pronunciar palavras tendentes a mostrar a necessidade de melhorar a situação económica dos oficiais do terra o mar.

Ouvi estas palavras com muita satisfação, mas tive um natural desejo de saber o fira, a intenção porque se pronunciavam estas palavras.

Supus primeiro que se tratava dum acto de contrição, pois sendo S. Exa. o leader da maioria, e tendo sido S. Exa. Presidente do Ministério, tendo como Ministro da Guerra o Sr. Vieira da Rocha, parecia-me haver nessas palavras acto de contrição por terem ambos melhorado os vencimentos dos funcionários dos correios e telégrafos e terem esquecido os militares.

Eu gosto de ver homens contritos: um homem pode errar, mas fica bem reconhecer o êrro.

Foi esta a primeira impressão que colhi; mas, depois do que ontem e hoje tenho ouvido, concluo que o que o Sr. Rodrigues Gaspar disso foi antes um aviso de bom marinheiro para evitar que a barcaça ministerial vá bater nalgum escolho e vá para o fundo. Foi um aviso à navegação ministerial.

Corre na opinião geral militar que êste Govêrno ia suspender uma disposição que o Sr. António Maria da Silva deixou em testamento, quando o seu Govêrno estava no estertor.

Eu não sei se a Câmara conhece urna disposição que regula as diuturnidades a oficiais que têm certos anos de serviço. Essas diuturnidades não estavam actualizadas, e o Sr. António Maria da Silva, quando Ministro da Guerra, actualizou-as.

Ora é esta disposição que corre vai ser suspensa pelo actual Govêrno. Era uma cousa insignificante, mas ora do justiça essa disposição.

Pois ontem, Sr. Presidente, corria em Lisboa, dizia-se, não sei com que fundamento, que essa pequenina vantagem ia ser revogada. Procurei hoje informar me, mas não me foi possível colhêr elementos, e ou, para, poder prosseguir na minha série de considerações, precisava que, o Sr. Presidente do Ministério, o Sr. Ministro das Finanças, o Sr. Ministro da Guerra ou o Sr. Ministro da Marinha fizessem o favor de me dizer se isso é possível, o