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16 Diário da Câmara dos Deputados.

significado a expressão do Correio da Manhã.

Apoiados.

Sr. Presidente: pela maneira como decorreram ontem os trabalhos parlamentares, os republicanos do todos os partidos deram a certeza ao país de que querem que esta questão se ventile completa mente e que se apurem todas as responsabilidades, sejam de quem quer que sejam.

De cada partido falou um homem, o do Partido Monárquico já falaram três; isto é que representa falta de homogeneidade ou intenção do perturbar os trabalhos. Já passámos nina sessão e outra se vai passar em questões em que não há interêsse.

Quando em 1919 se apresentou uma proposta para a criação de uma comissão de inquérito ao Ministério dos Abastecimentos, o extensiva a outros Ministérios, fui um dos parlamentares que votaram essa comissão, embora eu tenha a certeza de que as comissões de inquérito não dão nada; mas seja como fôr, o Parlamento, votando as moções que lhe forem apresentadas, cumpre o seu dever.

O Parlamento já fez esta antecipação do voto: que autoriza a justiça a vir aqui buscar algum membro do Parlamento, na hipótese de ser encontrado como conivente.

O Parlamento assim colocou-se à altura da situação, e deu a justa e merecida resposta a êste artigo do jornal monárquico O Dia.

Leu.

Sr. Presidente: todos nós republicanos temos a certeza de que a República vive da verdade para a verdade, e deixe-me V. Exa. dizer que cada vez mo sinto mais orgulhoso de ser republicano, e cada vez mais me honro em ser Deputado da Nação.

Tenho dito.

Muitos apoiados.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

Os "àpartes" não foram revistos pelos oradores que os fizeram.

O Sr. António Cabral: - Sr. Presidente: muitas vezes falei nesta Câmara com a veemência da mocidade que então tinha e hoje infelizmente já me falta, mas nunca fui chamado à ordem pela Presidência.

Nunca nenhum Presidente desta Câmara, e tive-os muitos, teve ensejo do me convidar para eu retirar qualquer palavra que tivesse pronunciado ou do explicar qualquer frase.

E porquê?

Porque nunca pus nas minhas palavras agravo nem ofensa ou qualquer cousa que mostrasse menos respeito pela Câmara!

Quem assim procedo tem o direito do se sentir magoado com um colega, que no propósito de agravar, afirmou que eu tinha a intenção de praticar uma descortesia.

Com que direito se procede assim para comigo?

Sou velho, sou de outro tempo, daquele tempo a que se referiu há pouco o meu ilustre colega Sr. Conde de Águeda, chamando-lhe saudoso.

Nesse tempo todos nos respeitavam uns aos outros e para aqui não trazíamos nem ofensas nem descortesias.

Mas são diferentes os tempos e são diferentes os costumes.

Êste desgraçado regime tudo transformou nesta Pátria, trazendo para o Parlamento palavras de ódio, e não digo do descortesia para não empregar o termo que contra mim foi empregado.

Doeu-me o maguou-me êste facto, porque, quem tem procedido como eu, merece mais um pouco de respeito daqueles que tem cabelos pretos.

Como se porventura aqui no Parlamento pudesse vir à discussão aquilo que dizem os jornais, as opiniões que nos jornais se escrevem, o não houvesse apenas a discutir as opiniões que aqui se traduzem pelas palavras dos representantes da nação!

Já ontem tive ocasião de dizer que nós aqui respondemos pelas palavras que aqui proferimos, lá fora nos jornais monárquicos responderemos pela boca ou pena dos seus redactores, pelas palavras que naquelas colunas se imprimam.

Aos jornais monárquicos podem responder nas suas colunas os jornais republicanos.

Pelo que dizem os jornais monárquicos, não tem ninguém nesta Câmara o direito de pedir explicações a quem se senta dêste lado, a não ser porventura por algum artigo assinado por quem quer que ocupe um lugar nestas cadeiras.