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Sessão de 29 de Abril de 1925

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Quero dizer, Sr. Presidente, quo ao Sr. Querubim do Vale, que também é Querubim da Rocha, como a toda a minoria monárquica, falta ioda a autoridade para. vir dizer a este Congresso que a vida política da República tem sido nm miserável degladiar de facções.

E porque não quero que seja a miuha palavia a fa/or a demonstração da laltj d u juloridaie que enunciei, à nnuha estante do modesto e obscuro trabalhador fui buscar o depoimento de algumas pessoas insuspeitas para aquele lado.. '

líeferindo-se, num do> seus livros, à viJ.i política do seu tempo, escreveu o malogrado escritor português Ramallio Ortigao:

Leu.

Uma opimíto igualmente imparcial, porque é do dois histonndoros estrangeiros, quero enunciar a esta Câmaia. Recortou--os da história desde o G." século até nossos dias, desses dois historiadores iran-ccses, o malogrado autor do Manual Político, luro do tamanha utilidado e tam íuielizuiente esquecido :

Leu'.

O malogrado El-Rei D. Carlos, num documento que fez eco no seu tempo, cou-firma\a insuspeitamente este lamentável estado da. \idii política monárquica, ex-< clamando que, Poitugal era uma monar-quia-sem monárquicos, e ainda há dois dias o chefe político do regime morto, o Sr. João Franco, escrevendo numa revista de rapazes da Beira, csortando-os a fazerem-se homens e a muito amarem o seu Pais, escre\eu da s,ua geração:

Leu.

Escuso de alongar

Sr. Presidente: veritka V. Ex.a, verifica o Congresso e verifica o País, à

face de testemunhos insuspeitos para aquele lado da Câmara, que o c&piemido ecoejar do Sr. Querubim do Vale, quo também é Querubim da Rocha — o que explica de certo modo a sua cristalização intelectual— oncontia uma resposta, de confundir na históiia da Monarquia até os seus últimos dias.

E, deixando descansadas as pessoas, que daquele lado da, Câmara, mais por doença do que porxconvicção, teimam em não querer adaptar-se às realidades de-coi rentes, passo a relerir-me, Sr. Presidente, a corta carência de aiítoi idade quo se me afigura existir também da parte do Sr. Cunha Leal.

O Sr. Cunha Leal é respçnsável neste País por uma política d.e violência verbal quo, míelizmente, ainda não terminou, política que teve por teatro esta casa do Parlamento e muitas casas de reuniá.0 iora doía; política que, ultimamente, não se satihfazendo já nu combate dos grupos e no combato das ideas o das doutrinas, se alteou até ao Sr. Pjebidonte da República, abrindo nos processos de combato republicano uma triste e inédita forma de combater.

Eu sou daqueles, Si. Presidente, que entendo que" o Sr. Presidonte da República não é inviolável às nossas críticas, mas penso que as criticas que lhe devemos dirigir podem e devem ser respeitosas, e, que, sobretudo, como sucedeu, e tem sucedido, elas não devem consistir nessa série do boatos que têm circulado por toda a cidade, procurando deprimir essa alta figura da República.

Veio o Sr. Cunha Leal dizer que era, como eu, contra o adiamento das Câmaras e que queria conservar esta tribuna para a defesa das regalias populares.

Ainda bem quo o homem que fez as cuufeiôncias da Sociedado de Geografia e de Vizeu, nas quais diminuiu as instituições parlamentares, procurando torná-las dependentes de um executivo arbitrário e miliciano, ainda bem, repito, quo esse homem reconhece agora que, realmente, a tribuna parlamentar, apesar de todos os seus defeitos, ó ainda um ex-plêivliilo instrumento de defesa de todos os direitos e libeidades.