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Sessão de 29 de Abril de 1925

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Mas que nos veio dizer o interessante con^iessiita Sr. (Querubim do Vale, quo também é Quoiubiiu cia Rocha? Disse-nos ontem, a certa altuia das suas coubidcra-çòes, «quo a lioia quo passava ora de cxtinordinária gravidade para Portugal, era d.is mais assombrosamente graves»; uias, ,i seguir, porquo naturalmente o Sr. Querubim do Valo se lembrou que também ó Querubim da Rocha, dizia ao Congresso que uão encoutra\a moti\o que jnstilicnsMj a proposta do Sr. Presidente do Ministério, dado o período normal que atravessamos. Não está, por consoquêu-cia, certo! E estas cousideraçõos forçam-me a uma rápida tentativa do estabelecer a posição dos factos da nossa \ula social neste momento.

Existe oiectivauionto em Portugal, não há maneira do ignorar, uma crise que tom aspectos político;-, aspectos económicos, aspectos financeiros e aspectos morais.

É certo quo a mesma situação anormal só nos depara em todas as sociedades do mundo cuito deste tempo. A Inglaterra, pais que na organização social caminha na vanguarda do quási todos os povos, encontra-se também em estado de crise que se traduz pela permanência desde 1921 do perto do milhão o meio de desempregados que têm do sor alimentados à custa do Estado. A America do Norte, país de extraordinários recursos o extraordinária riqueza, oncontra-se igualmente a braros com uma crise de desemprego, que teima era permanecer desde '1921, e que força uma grande parto da sua iudústria a laborar a um mínimo da capacidade de produção. Na Alemanha, na França, na Espanha, e na Itália não falarei, porque o fenómeno aí 6 positivamente idêutico, assumindo embora características especiais relativamente a cada país.

Encontramo-nos por consequência em presença de uma crise, que se pode chamar mundial.

Assim, Sr. Presidente, Portugal não podn deixar de ressentir-se dessa crise que assoberba o mundo inteiro.

Na verdade uma criso desta ordem uS,o podo deixar de assoberbar o País inteiro, as famílias mais pobres até cis mais abastadas.

Sr. Presidente: a manifestai ao dôsse

mau-estar tradu/.-se por uma aspiraçSo, quo só regula por uma única palavra, quo é a d ordem u.

É isto o quo todos pretendem, os da direita, os do centio o os da esquerda.

Sr. Presidente: Scima de todas as rei-\indicacncs e de todos os obiccthos, está esta única reiuvindicação, este único objecti\o; o estabelecimento da ordem.

be bem que esta pala\ra poss.nter várias mterpictaç.õos, segundo o btibor das paixões p.ntidáriiis, o que é lacto é quo em todas as ududcs, cm todas as instituições, existe isto objectivo permanente, que é o dever de mpor a oídom.

Essa instituição chama í,e exército.

Sabe V. Ei.a, sabe o Congresso e sabe todo o País quo infelizmente o exército português, ou pelo menos uma pai te, no regime pimentista e no sidonista saiu da sua função e abusou da sua neutralidade política.

Os próprios oficiais do exército na sua giande maioria verificam esta afirmativa, chegando-se depois dentro do próprio exército à formação»de uma corrente para manter a sua neutralidade política. Um lacto assim o atesta- foi quando o Sr. Cunha Leal sondo Presidente do Ministério concentrou tropas «m volta de Lisboa, afii mando-se a^bim que o exémto português estava unido. Isto é uma característica da união militar.

O Partido Republicano PortuguOs foi acusado do ter provocado a política no exército, quando n3.o foi assim; pelo contrário, fez com que no exército houvesse uma organização de neutralidade.

Então, veio a política de insinuar que uma ditadura militar estava em marcha, que as mais altas mentalidades do exército, traindo-se a si mesmas, traindo os seus camaradas, estavam dispostas a sair da sua função.

Então, Sr. Presidente, certas pessoas pretenderam dar-se a essa propaganda de destruição da obra do ressurgimento das liberdades políticas, às quais tem sido sacrificada a nossa existência de homens.