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berdade, pouco ou muito; que não podem viver senão sob um regime do despotismo, dominados por êle eu esmagando os outros sob o seu despotismo. Desde que deixem de ser perseguidos, tornam-se imediatamente perseguidores e não há contemplações que possam desarmar a sua feroz e obstinada intransigência, sendo, portanto, incompatíveis com o sentimento geral da Nação.

A lição, desta vez, é decisiva. Pura respeitar a liberdade de consciência e de opinião concedeu-se aos monárquicos aquela larga tolerância que é urna das mais elementares virtudes republicanas, e êles abusaram dessa tolerância, na mesma larga escala, para agredir e desacreditar constantemente a República.

Na honesta intenção de os integrar da vida nacional, a fim de se promover a pacificação (ia família portuguesa, tam necessária para que o país se pudesse restaurar, no trabalho, de tantas calamidades que tem. sofrido, concederam-se-lhes liberdades, garantias, favores e postos de destaque excepcionais, que elos agradeceram com a mais negra traição, aproveitando todas as concessões para maquinar a perda da República, que tam fraternalmente os acolhia.

Aos nossos votos sinceríssimos de confraternização corresponderam assolando o pais a ferro e a fogo.

E, quando nos cumpria recolher os frutos dos nossos sacrifícios pela comparticipação na guerra, êles não duvidaram inutilizar todos os direitos que tínhamos adquirido à sombra da bandeira republicana, rasgando e calcando aos pés essa bandeira que ajudou a formar, com as de todos os países cultos,- o glorioso arco-iris da vitória, o sagrado arco-iris anunciador da democracia universal.

Eu não sou político, Sr. Presidente, mas sou português, e, por isso, entendo que os ambiciosos aventuremos que provocaram criminosamente a guerra nacional não podem ser considerados adversários da República, que os não hostilizava: êles são declarados e confessos inimigos e traidores da Pátria, e, como tais, têm de ser perseguidos e castigados.

Para salvar a honra nacional, enxovalhada per êsses especuladores políticos, é para salvar o futuro do país, que neste momento se está decidindo na Conferência da Paz, e que corre os maiores perigos, precisamos que todos os republicanos, sem distinção do matizes, que todos os liberais, que todos os bons patriotas se unam, como um só homem, para dar a êsses aventureiros uma batida saem tréguas e um castigo sem mercê.

Neste momento, Sr. Presidente, não há responsabilidade a discutir, não há moralidades a pregar nem combinações políticas a Lazer; neste momento há apenas: dum lado todos os bons cidadãos que querem defender o futuro da sua Raça e a independência da sua Pátria, e do outro lado os traidores e os inimigos da Pátria e temos de desinfectar primeiramente o país desta peste, que vem entravando sistemáticamente a vida do país, e, depois disso, será tempo então de que todos aqueles que têm responsabilidades políticas façam o seu exame de consciência para se corrigirem os erros que têm sido praticacos e para se modificarem processos que não podem agradar a toda a gente e que tornaram possível a situação em que nos encontramos.

E, pelo esforço patriótico de todos nós, façamos com que o Poder deixe de ser o feudo alternativo ou exclusivo dos partidos, para que nas lutas partidárias se não esgotem todas as inteligências, actividades e energias da nação, e procuremos, sobretudo, tornar a República cada vez mais tolerante, mais honesta, mais disciplinada e mais laboriosa; uma República, em suma, dentro da qual caibam simultaneamente todos os bons portugueses.

Eu vejo, Sr. Presidente, pelas declarações do Govêrno, que são êstes os seus propósitos e que êle propugnará, indefectivelmemte, pela defesa das instituições. E, desde o momento em que êle adopta êste lema: — «Um por todos, todos por um e um e todos pela Pátria e pela República» — apraz-me declarar que me encontrará sempre a seu lado.

Tenho dito.

O Sr. Pinto Coelho: — Sr. Presidente: falo em nome do Centro Católica.

São poucos, nesta e na outra casa do Congresso, os representantes desse Centro; mas não me julgo com menos direito a levantar aqui a minha voz.

Represento aqui o Algarve, essa nobre província. Estou aqui pelos votos dos ci-