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Sessão de 3 de Fevereiro de 1919 15

não tem partido algum. O seu partido é a República, o seu programa é defender a República, a sua ambição é salvar a República.

Nem um só instante desfalecerá na execução do seu mandato, e, seguro da confiança do Chefe do Estado, do apoio patriótico do Parlamento Português, da sublime dedicação do povo republicano e do indomável valor das fôrças fiéis de terra e mar, afirma bem alto a sua fé inabalável no triunfo e jura defender a República até o último dos sacrifícios, até a máxima das abnegações.

Lisboa, 3 de Fevereiro de 1919».

O Sr. Castro Lopes: — Chegou o Govêrno a esta Câmara, onde era esperado com a maior ansiedade.

Bemvindo seja.

Sentam-se naquelas cadeiras verdadeiros republicanos, homens de valor e do honra.

A muitos ou a quási todos eu conheço.

A alguns me prendem laços de verdadeiro afecto desde os tempos da Universidade, como o Sr. Ministro da Justiça, o qual sempre pelo sublime ideal da República se sacrificou.

Em nome, pois, da maioria, composta de homens de honra e republicanos, eu declaro que é recebido o Govêrno com justa satisfação e com êle está pronta a colaborar pela salvação da Pátria e da República.

O Sr. Oliveira Santos: — Sr. Presidente: permita-me V. Exa. que eu, em primeiro lugar o na presença do Govêrno constituído por homens reconhecidamente republicanos, começo por saudar êsse glorioso povo republicano de Lisboa que eu vi nessa escalada gloriosa da Serra de Monsanto defendendo a República, encarnando assim vivamente o ideal republicano, e mostrando que as instituições republicanas são a única forma de Govêrno porque se bate. E se foi grande o seu espírito de sacrifício, a sua abnegação, menor não foi o desinterêsse com que defendeu êsse nobre ideal.

Eu disse, Sr. Presidente, dêste lugar por mais duma vez à Câmara e ao Govêrno de então, que no Pôrto se fazia a propaganda mais criminosa, e, sobretudo, mais anti-patriótica contra a República e, portanto, contra a Ordem e tranquilidade do País que desejava trabalhar.

Fiz ao Govêrno de então a declaração de que por êsse país fora se encarceravam, a pretextos vários, velhos e liais republicanos, e disse moita vez a V. Exa. que na cidade do Pôrto, cidade profundamente republicana, cidade da liberdade por excelência, se tinham feito prisões e se maltratavam e perseguiam êsses velhos republicanos mesmo sem pretextos ,e só por que eram republicanos.

E era apenas secundado pelo Sr. Machado Santos, quando dizia a verdade, quando referia essas violências e torturas infligidas aos republicanos.

Eu previ, nessa altura, a necessidade de salvar a República pela constituição dum Govêrno retintamente republicano, onde predominasse aquela fé, a fé alada que nos leva sempre à conquista dos grandes ideais. Êle aí está. È um Govêrno cheio de fé republicana e de patriotismo. Faz uma declaração absolutamente lial, absolutamente republicana e patriótica.

Ninguêm já pode ter dúvidas sôbre a acção dêsse Govêrno na defesa da República e todos podem ter a certeza de que as perseguições, a desordem e as violências terminaram.

Tenho a certeza absoluta de que se vai fazer obra republicana com generosidade, mas com firmeza.

Os» monárquicos não mais poderão estar à fronte dos lugares de confiança da República. Foi nesses lugares que êles a atraiçoaram.

Êste Govêrno é composto de bons e sinceros republicanos desde o Sr. Presidente do Ministério até o mais moderno dos Ministros. Ninguêm pode ter dúvidas: são homens de bem, homens de Govêrno e do acção, que é o que neste momento mais se precisa.

É mester que se mantenha desde já a ordem no País e é por isso que eu chamo a atenção do Govêrno para o simulacro de assalto ou tentativa de assalto esboçado contra um jornal que eu não leio, porque não quero ler, mas que por ser um jornal não há o direito de assaltar: refiro-me ao Tempo. Aqui, dêste lugar, protestei sempre contra os assaltos dos jornais; protestei com a maior veemência