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20 Diário das Sessões do Senado

Depois de expoliada a igreja regular, expoliou-se a igreja secular.

A primeira República sucedeu uma outra, que veiu inaugurar Sidónio Pais.

Pois bastou que êste concedesse à igreja um pouco das liberdades que ela reclamava, para que os católicos se acercassem desta República.

A êle eu tive a honra de ouvir que considerava os católicos como os seus mais liais sustentáculos.

Daqui concluo que a autonomia da igreja católica, não é com a República, mas com os republicanos perseguidores.

Contudo, a igreja, mesma quando se vê mais injustamente perseguida, não se vinga.

Temos vivido em tempos de atentados, e eu pregunto se alguém é capaz de assacar a algum católico algum assassinato.

A igreja mesmo nem fomenta insurreições.

Ela proíbe aos seus filhos que se insurrecionem.

Esta é a nossa doutrina.

Será uma fraqueza talvez, mas não importa, a igreja tem-se dado bem com esta doutrina.

Nesta actual guerra civil, a igreja só interviria como elemento de conciliação.

E as minhas palavras são de que faço ardentes votos para que do Norte ao Sul surja a paz.

Pelo que respeita ao programa, eu direi que o Sr. José Relvas é uma figura nobre.

José Relvas é para mim uma figura de especial nobreza.

Tempos houve em que tive com S. Exa. relações de muita convivência.

Trabalhamos juntos e bem, não em partidos políticos mas em prol da agricultura portuguesa.

Portanto, a sua situação de chefe dêste Govêrno é para mim uma situação que por êste lado me importa confiança, não digo confiança, debaixo do ponto de vista da sua tolerância e respeito pelas confissões religiosas, pois não vejo na declaração ministerial uma única palavra que diga respeito às reivindicações do centro católico.

Não faço disso um agravo, porque compreendo que o Govêrno tem outro fim mais urgente a que aplicar a sua atenção.

Mas, porque não vejo nada a êsse respeito, a minha atitude será de espectativa e definirei a muita atitude pelos actos do Govêrno sôbre as reivindicações do Centro Católico, em cujos destinos confio.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Machado Santos: - Sr. Presidente: há muitos finos que não via apresentar-se naquelas bancadas ministeriais um Govêrno retintamente republicano. Vejo hoje, nesta hora que passa e que é de provação para os republicanos.

Êsse povo a que se referiu o Sr. Oliveira Santos, que impôs a defesa da República e que tam heróicamente se bateu em Monsanto, já hoje não receia que se volva aos tempos de Domingos de Gusmão, Torquemada, Jacques Clement e Ravaillac.

Êsse povo já não receia que o atraiçoem, que o anavalhem pelas costas. Isto justa para que todos nós auxiliamos o Govêrno que se apresenta, pois que todos suprimentos de suas deficiências na sua espinhosa missão, sem as atribuirmos a erros precipitados ou & intenções criminosas.

E tenho dito, Sr. Presidente.

O Sr. Queiroz Veloso: - Sr. Presidente: o ilustre Senador Sr. Júlio Dantas disse há pouco que não devia a sua cadeira de Senador nem a favores do Govêrno nem à fôrça eleitoral dos partidos. Também eu não devo a minha ao lado daqueles nem à influência política dêstes. Devo-a unicamente à boa amizade dos meus colegas das três Universidades da República, que tam generosamente me deram essa honra, que eu nunca poderei esquecer.

Represento aqui as três Universidades da República; e digo da República porque tenho a convicção de que a Universidade do Pôrto, assim como a própria cidade, continuam a ser profundamente republicanas, a despeito da transitória monarquia que ali acaba de ser restaurada. Não será por terem sido talvez obrigados alguns dos seus professores a declarar, no prazo de três dias, a sua adesão ao regime monárquico, sob pena de perderem os cargos que à custa do tantos trabalhos e canseiras conseguiram obter,