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Sessão de 5 de Fevereiro de 1919 11

-urbana (dentro de Lisboa e dentro do Pôrto). (Apoiados).

O facto existe, e eu pedia que se transmitisse ao Sr. Ministro do Comércio êste desejo e de que êle fôsse pôsto em prática,

O Sr. Ministro da Agricultura (Jorge Nunes): —Eu comunicarei ao meu colega essas considerações, que tomará decerto na maior atenção.

O Sr. Carvalho de Almeida: — O assunto de que vou tratar tê-lo-ia já tratado noutra sessão se para isso tivesse tido ensejo.

Faço-o, agora, visto que está presente um membro do Govêrno.

O que tenho de dizer é pouco.

Embora reconheça que neste momento todos os esforços dos republicanos se devem concentrar em volta do Govêrno para que assim resulte a vitória da República entendo que não devo deixar de fazer sentir ao Govêrno que estranho que êle não tenha tomado medidas enérgicas e eficazes contra os inimigos da República que se deparam por essas ruas de Lisboa e que chegam até a sentar-se aqui nas cadeiras do Senado.

O Sr. Presidente: — Essas afirmações...

O Orador: — Eu quero referir-me ao Sr. Alfredo da Silva e produzirei provas insofismáveis. Eu vou até à imprensa, se aqui não puder falar.

O Sr. Presidente: — S. Exa. não pode estar a fazer dessas afirmações.

O Orador: — Nessas condições desisto de falar e o Senado registará as palavras de V. Exa.

O que lamento é a ausência do Sr. Alfredo da Silva.

Não contava com a ausência do Sr. Alfredo da Silva, porque costumo sempre fazer as acusações em frente das pessoas.

Lamento a sua ausência.

O Sr. Presidente: — Nesta sala é que não pode fazer essas acusações. Não é muito próprio numa assemblea destas.

O Orador: — Numa assemblea em que não insulto, em que provo as afirmações que faço.

O Sr. Oliveira Santos: — Em pleno Parlamento Francês fazem-se acusações violentíssimas.

Deve falar.

O Sr. Nogueira de Brito: — É uma questão que entendo indispensável se esclareça.

S. Exa. faz uma acusação, mas vai mais longe: diz que tem provas. O Sr. Carvalho de Almeida não se limita a dizer essas acusações; afirma haver nesta sala revoltosos.

O Sr. Oliveira Santos: — Evidentemente é uma cousa grave.

Vozes: — Fale, fale...

O Orador: — Agradeço ao Senado. E uma intimação que me é feita.

Dizia eu que era de estranhar êste procedimento do Govêrno.

Há por Lisboa, em liberdade, revoltosos. Ainda ontem vi o Sr. Joaquim Leitão na Rua do Ouro, que todos conhecem como monárquico e se bateu pela causa monárquica.

O Sr. Alfredo da Silva é -cúmplice dos revoltosos e é germanófilo.

Vozes: — Provas, provas.

O Orador: — Não posso dizer tudo duma vez: de vagar se vai ao longe.

É extraordinário que êste Govêrno não tenha sido informado pelo Govêrno transacto.

E de estranhar que homens nas condições apontadas andem em plena liberdade; e continuem a fazer parte de corpos políticos, como é o Senado, uma das mais altas corporações nacionais.

No Ministério do Interior existe completamente instruído um processo feito pela polícia inter-aliada, e nesse processo prova-se que êsse senhor tinha entendimentos com alemães e que dentro da Companhia União Fabril existem capitais alemães.

Prova-se que tinha entendimento com o inimigo.

O Sr. Oliveira Santos: — Isso é uma declaração sensacional.

O Orador: - Eis os elementos de prova;

Leu.