O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

12 Diário das Sessões do Senado

O Sr. Alfredo da Silva: — Ouvi a declaração do Sr. Carvalho de Almeida e devo dizer que a impressão que me ficou de S. Exa. não pOde ser mais favorável, porque S. Exa. sinceramente disse perante a Câmara o que a sua consciência lhe ditava, Ao Sr. Machado Santos direi que S. Exa. fez-me pena, porque depois do que acabava de passar-se ninguêm podia super que da boca dêsse Senador saíssem LS afirmações que todos ouvimos. Efectivamente, o Sr. Machado Santos saíssem desta sala e. chegando aí à escada encontroa logo pessoa categorizada que o autorizou a poder lançar sôbre a minha honra uma acusação tremenda, mal eu tinha provado a inanidade doutras.

Porque semelhante perseguição? Incomodo aqui V. Exa.?

Nunes, e incomodei e podia tê-lo incomodado se quisesse.

O Sr. Machado Santos sabe que isso não é muito difícil.

Mas ramos ao que importa. O vapor Lisboa fez duas viagens a Santander, em datas que não posso precisar. Mas se fôr necessário, trarei à Câmara os documentos da alfêndega respeitantes is duas viagens do referido vapor, para que tudo se verifique. Afirmo, porêm, desde acue da primeira viagem o Lisboa levou 60 toneladas de tabaco da Companhia Mercantil Internacional e trouxe soda cáustica; da segunda, levou areia, porque não havia frete, carregando tambêm sede, cáustica, de que eu necessitava por ter as fábricas paralisadas.

Assim, Sr. Machado Santos, a acusação que V. Exa. fez aqui é uma infâmia, o o acto que V. Exa. praticou não se pratica no Parlamento.

Tenho dito, Sr. Presidente.

O Sr. Machados Santos: — Querem ver a V. Exa. e à Câmara as palavras que proferi: o assunto é de polícia e ao Senado nada interessa; é um case que o Govêrno terá de apreciar, depois co que se passou nesta Casa do Parlamento.

Há meses já que eu sabia que sôbre o Sr. Alfredo da Silva posavam graves acusações. Era a voz corrente em Lisboa Dizia-se, até, que S. Exa. ir ser preso e que fornecia gasolina aos alemães.

Vozes: — Provas! Provas!

O Orador: — O que desejo é que as provas pedidas nada provem contra o Sr. Alfredo da Silva. Mas, que isso seja averiguada pela polícia. Parece-me que O principal interessado em que o assunto se, esclareça, em que se faça sôbre o caso um rigoroso inquérito, é o Si. Alfredo da Silva; depois, somos nós todos.

Já diziam os romanos que, «não bastava que a mulher de César fôsse honesta;

O Sr. Alfredo da Silva (para explicações): — Sr. Presidente! Eu já expliquei tudo e fiz até uma curta auto-biografia. Posso afirmar que «esta da gasolina», é como a da telegrafia sem fios. E como cão posso andar â gastar tempo ceai provas, direi que provem a minha culpabilidade, para eu depois provar a
minha inocência (Apoiados).

O Sr. Presidente: — Vai ler-se a moção mandada para a Mesa pelo Sr. Senador Luís Gama.

Lida na Mesa a moção, foi posta à votação, sendo aprovada.

O Sr. Luís Gama: — Peço a V. Exa.

Sr. Presidente, que faça consignar na acta que a minha moção foi aprovada por unanimidade.

O Sr. Ministro da Marinha (Tito de Morais): — Sr. Presidente: peço a, V. Exa. que submeta à apreciarão do Senado uma proposta de lei vinda da Câmara dos Deputados, que tem carácter urgente, e que em por fim pedir uma autorização para o Govêrno poder tomar as medidas necessárias para a dobei ação da insurreição monárquica e acudir a vários serviços que se ligam com os acontecimentos do norte do país.

É lida na Mesa a seguinte:

Proposta de lei

Artigo 1.° É o Govêrno autorizado a tomar todas as medidas do carácter militar e financeiro conducente a debelar inteira e rapidamente a actual insurreição monárquica.

Art. 2.° O Govêrno, logo que seja definitivamente sufocado o movimento ou insurreição monárquica dará conta ao Congresso da República do uso que tiver