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Sessão de 6 de Fevereiro de 1919 9

2.° Passar o seu lugar a ser ocupado por um proposto do Govêrno de Sua Magestade Britânica.

3.° Que os livros e o arquivo da Companhia fossem verificados por um perito nomeado pelo Govêrno Britânico.

Ouvi o meu conselho de administração.

O Sr. Weinstein tinha-se retirado para Espanha, já não estava, portanto, em serviço.

Assim o n.° 1.° estava satisfeito, com o n.° 3.° concordou-se, com o n.° 2.° não pôde aceitar-se por ser contrário dos estatutos, propôs-se em substituição a nomeação dum controle.

Comunicámo-lo ao Govêrno Inglês e êste, por fim, por intermédio do Ministério dos Estrangeiros, em nota de 13 de Janeiro de 1916, que eu tenho aqui, fez-me saber as condições em que se levantavam todos os embaraços e dificuldades, que eram precisamente as da minha contraproposta e relações com a Inglaterra.

O Govêrno Inglês nomeou, portanto, o perito que fez todos os exames aos livros, correspondência, títulos e arquivos da Companhia — êste fez o seu relatório, que creio que foi por completo satisfatório.

Nomeou-se o controle e a Companhia União Fabril tem tido todas as facilidades no seu comércio com os países aliados, apesar das calúnias dos seus inimigos que são muitos, como a Câmara teve aqui mesmo a prova.

Devo ainda observar a V. Exa. que Portugal não estava então ainda em guerra com a Alemanha. Estava a Inglaterra, e por isso justifica-se que o exame e o lugar de controle fôsse feito e ocupado por delegados daquele Govêrno. As relações e movimento no estrangeiro duma casa como a União Fabril são extensos e por isso justifica-se que procurassem com estas medidas criar facilidades indispensáveis a uma casa de tal importância.

Assim, em vez de estarmos a cada passo de ter de responder a preguntas dos emissores ingleses, fizemos entrar a censura em casa e assim abreviámos todas as comunicações com o estrangeiro.

Passamos a ter todas as facilidades para nos mexermos como se fôssemos uma sociedade inglesa.

Isto nada tem de atentatório para a soberania nacional.

Vejam V. Exas., pensem, reflitam, e apelo mesmo para o Sr. Carvalho de Almeida a quem nunca falei, e apenas conheço de nome e há muito tempo, não tendo razão nenhuma para supor que S. Exa. não seja um homem de bem...

O Sr. Carvalho de Almeida (interrompendo): — Desejo que V. Exa. saia daqui reabilitado das acusações que eu não fiz, mas de que me fiz eco; e declaro que a defesa de V. Exa. me está agradando.

Desejo que V. Exa. saia daqui ilibado. É êsse o meu maior desejo.

O Orador: — Quem não tem um inimigo?

Quantas vezes se passa por êles sem sequer os conhecer... e êles a fazerem insinuações.

Quanto à tal casa de Sintra, suponha V. Exa. que eu, que frequentei a casa dêsse homem, Martin Weinstein, e de quem era amigo, tinha comprado a sua mobília. O que tinha isso de censurável?

Para comprar essa casa não precisava ir pedir dinheiro a amigos ou inimigos, usava apenas dum direito de cidadão, visto os móveis terem sido leiloados. Nem isso porêm fiz; outrem comprou o mobiliário, por certo por isso não ser defeso.

Pareceu-me que o Sr. Carvalho de Almeida, no que veio aqui dizer, não se esquece que era sócio ou gerente de concorrentes da Companhia União Fabril, a Sociedade Indústria e Adubos e a Sociedade Tinoca.

Tenho aqui as escrituras.

Era, tambêm, o Sr. Azancot um interessado e colega do Sr. Carvalho de Almeida naquelas firmas. E a propósito eu vou contar o que se passou comigo quando hoje saltava para o meu automóvel para vir para a Câmara.

Chegou-se junto de mim um empregado meu que me disse tinha de me contar um caso grave. Chama-se êste empregado Soares Folkier, que declarou ter um cunhado na casa dos Srs. Azancot e Carvalho de Almeida e que fora chamado por êsse parente em Junho de 1918, convidando-o a ir para a casa do Sr. Azancot que é a mesma do Sr. Carvalho de Almeida, o qual lhe dava uma boa gratificação e mais ordenado se lhe dissesse