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16 Diário das Sessões do Senado

vapores de pesca e ainda ao reduzido número dêsses vapores na indústria piscatória, porque desde há muito na sua maioria se acham empregados, como caça--minas, no serviço da defesa naval.

Tal é, Sr. Presidente, a triste situação em que nos encontramos; não se lobrigando de pronto um meio eficaz para resolver o problema das subsistências, que, o Sr. Ministro procura solucionar pela proposta de lei que ora aqui se debate.

Ousarei todavia alvitrar uma solução.

A América do Norte, no desejo de favorecer os seus aliados, prometeu suprir o deficit alimentar europeu. Ora, tendo nós prestado relevantes serviços aos aliados, na guerra há pouco finda, serviço que, dada a pequenez dos nossos recursos, podem relativamente igualar-se aos sacrifícios feitas pelas grandes ciências nossas amigas, lógico é que, por intermédio do Ministério dos Negócios Estr; ligeiros, solicitemos que nos seja fornecido trigo ou farinha suficiente para as nossas actuais necessidades, desaparecendo assim, em parte, os inconvenientes a que me tenho referido relativamente ao pão.

Estou convencido de que, com êsse auxílio a que temos jus, poderíamos atenuar os perigos sociais, sempre possíveis, quando num país escasseiam as principais subsistências, como o pão e a carne.

Com o trigo ou a farinha fornecida pela América do Norte supriríamos o nosso deficit frumentário; com bois vivos ou com carne vacum congelada faríamos face ao nosso defcit de gado bovino.

Quanto ao pio, escusado seria, em tal hipótese, termos de lançar mão, como já fizemos, de estranhas matérias panificáveis, tais como a Soja hispida, encontrada a bordo dum dos navios alemães apreendidos, a qual convertemos em pão, para consumo de Lisboa, como ss toda a população da capital fôsse diabética...

Lembrarei tambêm ao Sr. Ministro dos Abastecimentos, ainda a propósito do pão, a conveniência do Govêrno utilizar os bons serviços da Manutenção Militar, a qual, bem montada como está e sob as ordens do Govêrno, poderia auxiliar o difícil serviço de fiscalização do pão, fabricando diáriamente ou os padrões que dêste produto fossem estudados e fixados, de modo que os fiscais ficassem habilitados a aferir cada dia por êsses padrões da Manutenção os pães postos à venda pelos padeiros. Dêste modo, Sr. Presidente, cessaria a infinidade de tipos variáveis de pão, que diariamente aí vemos à venda, sem respeito algum pelas normas estabelecidas oficialmente para o fabrico dêste produto.

Eis. Sr. Presidente, os pontos que no meu desataviado discurso me propus tratar acêrca da proposta de lei aqui trazida pelo Sr. Ministro dos Abastecimentos, a cujas rectas intenções mais uma vez presto a merecida homenagem, agradecendo finalmente a V. Exa. e ao Senado a benevolência com que se dignaram ouvir-me. Disse.

O Sr. Ministro dos Abastecimentos (João Pinheiro): — O Sr. Adães Bermudes fez um verdadeiro programa de Govêrno.

Eu, no meu humilde propósito, quis estabelecer simplesmente algumas medidas urgentes que transitoriamente era preciso decretar para que a liberdade do comércio se faca s?m sobressaltos.

Dentro dos meus recursos limitei-me a vir pedir ac Parlamento aqueles elementos necessários para cumprir a minha missão dentro do meu Ministério.

Referiu-se S. Exa. ao problema da hidráulica, que é muito interessante, e para o qual chamarei a atenção do meu colega, junto de quem apoiarei as reclamações do Sr. Senador acêrca das correntes do água que, certo, representando a riqueza do país, não são, infelizmente, aproveitadas como o deveriam ser. (Apoiados).

S. Exa. tem sempre em mim um cooperador, um auxiliar para tratar dêste assunto, cuja resolução se não deve fazer esperar. (Apoiados).

Sr. Presidente: ouviram, V. Exa. e a Câmara, a brilhante dissertação do Sr. Pau.a Nogueira. Compete-me responder, dizendo que não intervi ainda na fiscalização do pão que se está vendendo em Lisboa, porque, como já disse, não tenho recursos para o fazer.

E possível que o pão que se tem apresentado seja pior do que aquele que se fazia antes desta experiência, mas estou convencido de que essa fiscalização se há-de fazer e que nós poderemos ter o pão em boas condições.

O tipo de pão, sob o ponto de vista higiénico, o Sr. Paula Nogueira sabe