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Diário das Sessões do Senado

maior. Para aqueles que querem aprovar o projecto, só o vêm pelo prisma de iiâo trazer encargos para -o Estado.- Mas eu não vou entrar na crítica da técnica do mesmo projecto.

Quanto a encargos, eu entendo que os representantes da nação, quando só fala de encargos, têm de considerar duas espécies de encargos — os encargos morai s, e os encargos materiais.

Se este projecto não traz encargos materiais, provoca, todavia, encargos morais, o fortes, para a República. Para mim, Sr. Presidente, não há cousas pequenas neste mundo que não valham a pena considerar.

É conhecido — e muito meu conhecido— o caso do grão de areia, que pode exercer grande influência. Um grão de poeira, quási microscópico, podo fazer parar a marcha do um comboio, porquanto esse grão do poeira, entrando na caixa de lubrificação da locomotiva, obri: ga a parar o êmbolo da máquina.

Um grão de areia é uma cousa mínima, mas tem grande importância.

Sr. Presidente, eu desejo que fique bem expresso nestas minhas poucas considerações, que não dou o meu voto a este projecto, representando isto apenas uma divergência de maneira do ver.

Quanto à conveniência do projecto, o Sr. Vasco Marques falou melhor do que ninguém.

S. Ex.a disso quo os vencimentos dos aetuais conservadores são tais — o S. Ex.a corrigirá, se não foi este o seu pensamento— que divididos por seis, ainda ficam ganhando muito.

A conveniência do Senado da Republica, seria a de ir cercear os vencimentos daqueles que ganham exageradamente, para assim adquirir a autoridade necessária para ir pedir aos pequenos. (Apoiados da direita). Agora quo a nação grita, nós não vamos realmente, avolumar despesas, rnas vamos praticar isto: {vencimentos de quatro funcionários divididos por seis, ainda ficam exagerados!

O projecto é muito bom, tem uniu técnica excelente. Basta que os Srs. Senadores o digam.

Quanto à moralidade, <_ como='como' que='que' aos='aos' regime='regime' amanhã='amanhã' probabilidade='probabilidade' do='do' inimigos='inimigos' parlamentares='parlamentares' nós='nós' o='o' p='p' falo='falo' se='se' apenas='apenas' responderemos='responderemos' formos='formos' dois='dois' colocar='colocar'>

como conservadores?! Não posso fugir a esto aspecto da questão.

Sou de há muito contra acumulações; entendo que o parlamentar devo ser exclusivamente parlamentar e quando convenham à nação acumulações, os cargos não devem colidir um com o_outro. E julgo que escuso de mo desenvolvera este respeito.

Suponhamos T—apenas uma hipótese— quo amanhã, nos lugares de conservadores, são colocados dois parlamentares.

O Sr. Vasco Marques:—Desde que satisfaçam ao concurso...

O Orador: — Está ,bein I... É legal!... Mas não é o momento do se legislar assim.

Vários apartes que se não ouviram.

O Orador:—Eu estou a fazer a minha declaração de voto. Mas se a Câmara entende que não devo continuar no uso da palavra . . (Não apoiados}.

O Estado republicano precisa de autoridade moral para se salvar.

O Sr. Pais Gomes: — O meu contra-pro-jecto não vai afectar os conservadores dessas conservatórias., Ele respeita só às conservatórias de Lisboa.

Pelas minhas atribuições, sei que as conservatórias de Lisboa são as que têm o seu serviço em dia.

Portanto, ainda não é a necessidade do serviço das conservatórias de Lisboa que pode invocar-se como argumento a favor destas conservatórias.

Já íiqui foi dito que o projecto em discussão não traz" encargos para o Estado. M£S não estamos aqui simplesmente para olhar por esses interesses, antes para tratarmos dos interesses daquele relacionados com os do público.

Apartes.

O Orador:—Seja-me lícito declarar quo entendi dever fazer estas declarações por um dever do português e de republicano.