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Diário das Sess&es do Senado'

Mais tarde este funcionário homisiou-se, por participar dum movimento monárquico, conhecido em Leiria pela Azoiada,

Foi este lugar, por vago, preenchido por um correligionário meu, residente nas Caldas da Bainha. Queria o novo funcionário continuar a residir nesta vila, não obstante as suas funções públicas terem de ser exercidas em Leiria.

Sabe a Câmara o que consegui, e tratava-se dum correligionário meu? Que ou mudasse a residência para Leiria ou se demitisse. Preferiu esta última fórmula., Em minhas mãos depôs o pedido de demissão. Quem assim procede não carece de que alguém lhe indique qual a soa conduta em matéria de moralidade. A luz do dia, em pleno Senado, questões desta natureza não deprimem nenhum dos seus membros, qualquer que seja o seu modo de votar. Não são questões desta natureza que prejudicam o bom nome da República. E aos que reparos fizerem de carácter moral a este projecto, que vai ser votado, certamente, por grande maioria, eu pregunto se os mesmos reparos fizeram, aqui insistindo pela sua revisão, aos celebres suplementos do Diário do Governo, daquele não menos célebre Governo que os fez publicar, e em que se aumentaram as despesas públicas em milhares de contos e se nomearam funcionários novos aos milhares, não sabendo alguns deles, contra lei, nem ler, nein escrever. £ Onde a sensibilidade moral dos que, atacando este projecto, se conformam com os suplementos? Ah! mas eu sei. E que os suplementos satisfizeram a todos os agrupamentos políticos. Eis a explicação desta mudança de critério.

Dôste projecto do lei não beneficiam todos os partidos que têm assento r.esta ou na outra Câmara.

Se assim não fora, por certo tenho qoo a votação do projecto que se discute teria aprovação plena, tal qual es suplementos de Maio de 1919.

Tenho dito.

O Sr. Vasco Marques:—Roqueiro que seja seja prorrogada a sessão até se votar este projecto.

E apiwada. A contraprova requerida pelo Sr, Pais Gomes, confirmou a votação.

O Sr. Pais Gomes: — Requeiro a contagem.,

faz-se a contagem»

O Sr. Presidente: —Estão presentes 34 Srs. Senadores, mais 4 que o quorum.

O Sr. Pereira Osório : — O Sr. Constân-cio de Oliveira fundou-se num artigo publicado num jornal por um advogado parecendo que a S. Ex.a merece mais consideração por ter mais visos de verdade o que se diz nos jornais que o que-é aqui afirmado por vários Srs. Senadores profissionais. Esse advogfiido parece que veio à imprensa apenas para defender os conservadores.

Não fiz referência ao que o Sr. Pais Gomes chama contraprojecto, porque entendi que esse documento não pode .ser considerado por esta Câmara. Trata-se apenas de uma proposta inconstitucional que cria um novo imposto de contribuição industrial e esta Câmara não tem competência para tomar a iniciativa de propostas dessa natureza.

Não houve da minha parte menos consideração para com o Sr. Pais Gomes.

O Sr. Constâncio de Oliveira: — A minha declaração de que votava o eontra-projecto do Sr. Pais Gomes, como republicano, mereceu reparos do Sr. Pereira Osório.

Pelas razões aduzidas pelo Sr. Hereu-lano Galhardo e ainda pelo estado precário das nossas finanças, eu não podia deixar c'e proceder assim, vislo que do contraprojecto do Sr. Pais Gomes alguma cousa resultará que ajude a melhorar a nossa angustiosa questão financeira da qual tanto nos queixamos, mas para cujo agravamento estamos constanteinente a contribuir.

A comissão de finanças foi tam escrupulosa na apreciação deste projecto que até procurou indagar se os serviços das-Conservatórias estavam ou não em dia e se, por não o estarem, conviria aumentar o número de Conservatórias. Não teve, porém, necessidade de o fazer porque um dos membros da comissão declarou peremptoriamente que o serviço estava em dia.