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ÍDidrio das Sessões do Senado

aduaneira, sem o que, de facto, tais tratados não podem vantajosamente ofecti-va.r;se.

E preciso que o Governo meta ombros a essa obra, e que as nações estrangeira s saibam corresponder pelo menos às vantagens que lhes damos, recebendo do nosso país aqueles produtos que precisam de importar.

Muito temos que colocar lá fora, mas principalmente os nossos vinhos generosos — Madeira e Porto - têm de ficar garantidos contra dificuldades que não são legitimes e contra imitações que são criminosas.

Não quero levar mais longe esta minha ligeira crítica sobre a declaração ministerial, tanto mais que, expressando o Governo o desejo duma estrita colaboração parlamentar, decerto virá muitas vezes r. esta casa do Parlamento, tam pouco habituada a vor os membros do Governo que se sucedem naquelas cadeiras, não obstante esta Câmara para todos elos ter a consideração devida, não esquecendo que o maior erro político de qualquer homem público é pretender àlçapremar-se" à custa do descrédito alheio, arma de dois gumes, cvip. ferindo e alvejando quem a maneja, íere as próprias instituições republicanas.

Concluirei, pois, enviando ao Governo as minhas saudações, e afirmando-lhe que pode contar com o apoio patriótico, desinteressado e leal dos Senadores Reconstituintes.

O Sr. Alves Monteiro: — Na declaração ministerial d:z-se: Leu.

Seria o Parlamento muito difícil cê contentar se não estivesse plenamente satisfeito com a constituição do actual Governo.

À sua frente encontra-se a figura inconfundível do Sr. Bernardino Machado, que honrou a Universidade do Coimbra quando esta era um templo de sciéncia e de honestidade; que fez pelo País a propaganda dos seus princípios republicanos; que no Governo Provisório ocupou com brilho a pasta dos Negócios Estrangeiros, conseguindo que as nações estrangeiras reconhecessem de coração as instituições; que também, como embaixador

no Brasil, lá acabou com as discórdias existentes na nossa colónia.

Ele foi -também o Presidente do Ministério E.uma hora grave da nacionalidade portuguesa, quando as paixões políticas se degladiavam; foi ainda o Presidente da República, fundido num molde de bronze,, incorruptível, mantendo, acima de tudo, os preceitos da Constituição.

Ao lado deste homem, conjugando-se com os seus esforços, estão as mais altas figuras do Parlamento.

Tem ali os laaders dos nossos partidos, aqueles que escolhemos para nos dirigir e orientar.

O Governo, assim, não pode deixar do ter o máximo apoio da nossa parte, e que lho prometemos leal e desinteressado.

O vSr. Ceiestino de Almeida: — Sr. Presidente: em nome do Partido Liberal compete-me —e faço-o gostosamente — cumprimentar o Governo, e pelas relações individuais que com todos os seus membros mantenho, e que com alguns revestem características de sincera afeição, e a que com o Sr. Presidente do Ministério há que juntar a grata recordação duma larga camaradagem e conjugação de esforços em prol da implantação da República em Portugal, é-me grato fazer votos pelo êxito da obra de administração que se propõem realizar.

O Sr. Presidente do Ministério tem vincado sempre como político e homem de alta cultura no seu País: vincou no regime extinto e depois dentro da República, ocupando nesta todas as situações, mesmo as mais altas a que um homem público pode aspirar, a que já fizeram referências os oradores que mo precederam no uso da palavra, e em todas elas o Sr. Bernardino Machado mostrou as suas grandes qualidades de político de valor, de homem de acção e de patriota.

Feitos estes cumprimentos, com toda a sinceridade e prazer, permita-me V. Ex.a, Sr. Presidente, que eu entre a seguir na apreciação da composição do Ministério.