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Sessão de 14 de Março de 1921

í-ââ dos seus representantes, perante as circunstâncias ocorrentes, e perante ainda a recusa do oferecimento desinteressado do Partido Republicano Português, que daria o seu apoio para que se constituísse imediatamente um Ministério estável, muito embora não colaborasse nesse Ministério, o Partido Republicano cedeu, .declarando que, neste caso, se julgava su-ficien^emente representado conservando os três ilustres Ministros que anteriormente geriam as pastas das Colónias, do Trabalho e da Instrução.

Nova exigência se apresentou ao Partido Republicano Português : era necessário, para a constituição do novo Gabinete, que a pasta da Instrução ficasse para outro; esta pasta estava a cargo do ilustro homem de sciência, o Sr. Dr. Augusto Nobre, digníssimo reitor da Universidade do Porto, a' quein dirigimos as nossas homenagens.

Cedendo, Sr. Presidente, não o fez o Partido'Republicano Português por fraqueza, como a espíritos fracos poderia parecer, mas antes por energia, com a consciência dos perigos a que uma situação de tal natureza poderia levar o país, mantendo a exigência da conservação dum homem numa pasta, embora esta pasta soja das mais espinhosas, .

Foi-lhe indicada a pasta das Finanças, decerto a de maior responsabilidade no momento actual, e como o Partido Republicano Português não sabe fugir às grandes responsabilidades,. não se opôs, e lá está ocupando essa pasta. Junto dos infatigáveis .colaboradores ministeriais das Colónias e do Trabalho, o Sr. António Maria da Silva porá também todas as suas faculdades, de trabalho e todo o seu saber ao serviço das finanças públicas.,

Sr-, Presidente : perante as circunstâncias críticas do país o Partido Republicano Português cedeu a todo o seu partidã-rismo, e fê-lo pelo conhecimento que tem do dever dum partido político, que deve saber acudir, nas circunstâncias críticas, de modo a facilitar a acção governativa, e fê-lo ainda para não fracassar a organização do Ministério pela alta figura que todos, de acordo, tinham escolhido para esse fim.

Sr. Presidente: na declaração ministerial apela-se para ,o Parlamento, para que, com a sua confiança, coiaoore, com

o Governo, livremente, discutindo as di ferentes propostas de lei, de forma a que os seus ditames mereçam o beneplácito, a consagração da opinião pública.

O Partido Republicano Português dá todo o seu decidido apoio à efectivação dum princípio que é bem a base de toda a boa administração bem organizada. A sinceridade do apelo feito pelo Ministério o Partido Republicano Português saberá corresponder com o sou decidido apoio, com a sua confiança.

O Partido Republicano Português confia sempre naqueles que, animados por bem servirem a Nação, em comum, não vão, por corto, argamassar blocos de colisão, precisamente no momento em que é mester uma unidade de efeito e uma unidade, de acção; coordenadora.

O Partido Republicano Português confia sempre naqueles que, cônscios de que não pode haver liberdade nem ordem, sem justiça, como muito, bem sé afirma na declaração ministerial, não vão decerto pôr a. acção governativa geral, os organismos judiciais, ao serviço de qualquer partida-rismo político.

O Sr. Ministro da Justiça (Lopes Cardoso):— Nunca estiveram!,

O Orador: — O Partido Republicano Português confia sempre naqueles que, tendo à &uà guarda o crédito do país, não vão decerto proclamar.o seu descrédito, nem.fomentar o desalento, nem lançar a fé no abismo da descrença, mas emprega todos os seus esforços para a concentração dum fim, qual é o do progresso social.

O Partido Republicano Português confia naqueles que, tendo sob a sua alçada a força pública, quer de terra, quer do mar; cônscios da necessidade que há de manter o prestígio das instituições militares, porque elas têm um objectivo bem distinto, visto a defesa da Pátria e da República ser superior a todas as defesas, não vão decerto consentir que a indisciplina e a desagregação sejam inoculadas pelo facciosismo partidário.