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Diário das Sessões dó Senado

províncias adquiram o seu prestígio e a sua beleza; o que eu quero é cue nós tenhamos cada um o seu sítio, a sua terra; o que eu quero é que nós tenhamos" sempre no coração e bem junto do nosso pensamento e do nosso cérebro a idea da nossa terra e da nossa província porque assim queremos a sua beleza, porque assim queremos a grandeza de. Portugal, ^ " . ,

E indispensável dar autonomia às províncias, .dar .autonomia aos municípios, porquanto, se a província Q os municípios Iqreui. grandes, graúdo será todo o país, como o foi antes da ficção de Mousinho da Silveira, cuja divisão, administrativa tudo amalgamou e abolachou..

Voltemos à antiga, voltemos à província, façamos autónomos os municípios, e não tenhamos medo. que daí promanem dificuldades para o regime, para a Eepú-blica,.Tal não pode suceder, tal não deve acontecer.

.Façamos grandes a-província e o município, porque, procedendo assim, fare-' mós um país belo e um Portugal maior, como todos nós queremos. O que não pode ser, o que não deve sor, o que tolha todas as esperanças,- o xjue é preciso acabar, é que Lisboa e o Terreiro do Paço disponham sempre, a seu talante, da província, resolvendo os mais importantes problemas per telegramas cuja orientação a província tem de. aceitar. Não, Sr. Presidente, porque isto é um péssimo exem--plo, um mau sistema do'educação cívica; e a. Eepúbliiía não;quere isto! Uma ,tam, deletéria influência tem tolhido e aniquilado toda a fisiologia do pais.'O Terreiro) do Paço -é conhecido de nós todos.; ele tem sido o principal responsável ;de 'tudo-quanto está sucedendo e agora mais do quenunca' com ôste Estado—-provitíêri-' cia1,, com este .Estado—albergue de todos os revolucionários de-,há 10 anos para cá. N3o! Sr. 'Presidente; é indispensável que p país se habituo a trabalhar e a tratar de si, tendo a. consciência, do s,eu valor. E indispensável que o' Estado não, seja albergue de todos os revolucionários, dessa chusma que fica após as revoluções, para se aniciar nos Ministérios. E preciso evitar que.saceda o que se íê.nos jornais -r- que 8:000. revolucionários se encontram nas repartições sem tersm sequei: ca-rí0iras para trabalhar! , , ; ;

Isto deve acabar e darei todo o meu apoio a um Ministério que queira acabar com uma tal situação.

Eu não quero dizer que nós vamos escorraçar os empregados dos seus lugares, mas quero dizer que não devemos admitir mais empregados, que não nos causem a tristeza de estarmos sempre a ver nor vás nomeações no Diário do Governo, nomeações feitas a propósito de tudo e a propósito de nada, nomeações de milhares de empregados que constituem um organismo sem função.

Há, segundo dizem, milhares de empregados a mais,,pessoas que não se sabe porque entraram nos .serviços do Estado, ou que entraram devido a razões, • pelas quais nunca lá deviam ter entrado.

Desculpem-me este meu feitio, mas não sei senão dizer o que penso com a lealdade que é meu hábito e uso na minha terra.

E indispensável quo nos convençamos cjne no país há imensas riquezas, por explorar, e que há necessidade em termos fé no nosso'futuro e ressurgimento^ trabalhando e produzindo. s

E precizo que o Estado faça atmosfera a quem realmente trabalho e produza. E preciso que o Estado respeite direitos e agasalhe esses de quem depende a nossa transformação.

Alude-se na declaração Ministerial ao magno problema das nossas comunicações. Sinto não ver. presente o Sr. Ministro do Comércio, mas está o Sr. Presidente do Ministério, è isso basta para lhe pedir a maior atenção paru >o estado das nossas? comunicações, estradas e caminhos de1 ferro e para o aproveitamento dos rios e portos de mar'. Já'que sou transmontano, para lhe pedir qne'não deixe 'de se leni"1 brar do porto de Leixões, quo tom de'scr o escoante fatal de toda a riqueza-de Trás-os-Montes, Douro .e.norte do país.;