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Sessão de lõ de Marco â e 1921

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A aclaração do artigo 6.° do Tratado, dove-se ao Sr. Afonso Costa, como nos tempos da monarquia a causa do Douro, sempre apaixonou os seus filhos no Parlamento. De justiça é lembrar nesta hora os nomes de João Castelo Branco, Al-poim e Teixeira do Sousa que olharam pelo Douro com carinho.

Tem, pois, o Governo todos os elementos que carece para resolver esta questão, e nem falta sequer a opinião dos que nos comícios realizados na Régua, no Porto e em Lisboa têm mostrado o modo .de resolver esta questão.

Nem sequer tais documentos faltam aos Srs. Ministros dos Estrangeiros e Agricultura e ao Sr. Presidente do Ministério para formular a equação.

Que o Sr. Ministro dos Estrangeiros atenda a situação criada em França aos nossos vinhos, a fim de que estes não sofram entraves e dificuldades que lhes impedem a sua ampla entrada naquele país.

Igualmente atente no que sucede na Noruega.

ó Pois, podem acaso os nossos vinhos generosos ser género de farmácia?

Estou convencido de que o Sr. Ministro dos Estrangeiros há-de fazer tudo quanto em si caiba para solucionar este assunto.

E conseguida a redução de direitos e a garantia do marca aos vinhos do Porto e da Madeira, estou convencido de que a sua expansão ó certa e os mercados seguros.

Fala-se na criação do consulados em Trieste e em Fiume.

Acho óptimo este pensamento porque estou convencido de que nos dará lugar a criarmos novos mercados na Europa Central. . .

Em resumo, Sr.. Presidente, eu considero urgente reatar as negociações que foram iniciadas em fins de 1919 pelo então Ministro dos Negócios Estrangeiros, Sr. . Melo Barreto, para estabelecer sem 'demora acordos provisórios que obstem à situação actual da paralisação total da exportação dos nossos vinhos generosos do Porto e Madeira; que, seguidamente, se negoceiem convénios e tratados de forma a obterem-se novas receitas e es-- tou certo de que os Srs. Presidente do Ministério, Ministros dos Estrangeiros e

da Agricultara hão-de certamente não descurar tam momentoso assunto.

Sr. Presidente: peruiita-me V. Ex.a que eu antes de terminar me refira comovidamente ao ilustre Senador cajá vaga eu vim ocupar nesta Câmara, o Sr. co-, ronel Desidério Bi ca a quem eu tive a infelicidade, mas também o prazer de poder prestar alguns socorros e de o ver morrer a meu lado quando assistia ao Congresso Transmontano.

O Sr. Desidério Beça era um português do mais fino quilate, e uin patriota dos de melhor têmpera, e um transmontano que sempre cuidou das prosperida-des da sua província.

Por isso, Sr. Presidente, eu, com o maior respeito e veneração, presto a minha homenagem à memória desse ilustre transmontano, e prometo a. V. Ex.a e ao país, que nos seus exemplos me inspirarei para tratar e defender não com a intelU gência que me falta,, mas com a boa vontade que me sobra, dos interesses da província de Trás-os-Montes.

Tenho dito. . •

Vozes:—Muito bem. Muito bem.

O Sr. Pais Gomes: — Sr. Presidente: sabe V. Ex.a e o Senado, como sabe também o Grovôrno, que me encontro a dentro de um partido político da República, em nome do qual já o seu legítimo representante falou definindo a atitude desse partido perante o Governo, e por isso, se uso da palavra, faço-o apenas na minha qualidade de cidadão e de parlamentar republicano.

Antes de mais nada, porém, Sr. Presidente, dirijo ao Governo os meus cumprimentos mais afectuosos; e, cumprindo este dever que reputo indeclinável, eu exponho a razão porque extraordinariamente e numa sessão destas pedi a palavra.

É que, Sr. Presidente, na sessão de •ontem, antes da apresentação do Governo, eu sofri uma impressão forte que me levou a procurar na declaração ministerial alguma cousa que a atenuasse, donde resultou eu descobrir nessa declaração lacunas para que vou chamar a atenção do Governo.