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Sessão de 15 de Marco de 1921

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ao lado da ordem. Emquanto eu aqui estiver e qualquer que seja o Governo que ali se sente, aqui, e lá fora, dar-lhe hei sempre o meu apoio incondicional em-todas as questões de ordem e de disciplina, porque a nossa desgraçada situação é simplesmente porque não produzimos e não trabalhamos. (Apoiados).

Os problemas do trabalho e da produção são problemas fundamentais, mas um há que sobrepuja a esses: o problema da ordem. (Apoiados). .Sem ordem não pode haver trabalho, nem produção, nem nacionalidade, e assim, a vida que esta tem, permita-me V. Êx.a, Sr.^ Presidente, que lhe diga, visto que sou médico, é aquela que se injecta no doente com balões de oxigénio ou com azotes vários.

Sr. Presidente e Sr. Presidente do Ministério, pode V. Ex.a contar sempre com o meu voto ó com o meu apoio em todas as questões de ordem interna ou internacional. E, se eu julgo quê a ordem e a disciplina são as duas qualidades duma sociedade organizada, e que infelizmente não tem havido em Portugal, eu faço ao Sr. Presidente do Ministério um podido, embora partindo de ninguém (não apoiados), é que tudo faça para que haja ordem e disciplina neste país, para que todos, trabalhem e para que aquelas pessoas que imaginam que mandam, essas que real e infelizmente mandam, tratem das suas vidas e deixem os outros tratar das suas. . . • .

Diz o Governo na sua declaração mi--nisterial que o nosso primeiro mal • tem sido a instabilidade governativa. Assim é, infelizmente.

. Eu suponho que vale mais um Governo que não seja completo, que não seja perfeito, 'que não seja ideal, mas que dure, do que um Governo ideal, perfeito e completo, que mude todos os meses, todas as semanas. ' •

Eu não sei quantos governos tem havido na República, porque nunca me dei ao cuidado de fazer essa estatística, mas ouvi ontem dizer ao meu velho e querido; amigo, Sr. Melo Barreto, no discurso que ' fez de recepção ao Governo," que, desde. 1920, tem havido 9 governos. Veja V. Ex.a, Sr. Presidente, se é possível fa-: zer-se alguma cousa, è se é poésível um país .andar, -quando, num ano, já houve 9 governos! ,.. ; .' :-

O programa do Governo interessa-me duplamente, como cidadão e português, e como' transmontano e Senador pelo distrito de Vila Real. .

- Fez-se, pela primeira vez, em Portugal, uma alusão ao regionalismo. Bem haja o Governo; bem haja o.Sr. Presidente do Ministério que assim demonstra que é um professor distinto, que ó uma inteligência clara e que tem a previsão do momento que atravessamos.

Aplando o período respectivo da declaração ministerial, poJLS também entendo que ó indispensável cuiâar-se do regionalismo.

Trás-os-Monteâ necessita, assim como todo o país, que andemos para trás, que não nos afastemos da tradição, e que, deitando fora o figurino francês, que nos foi trazido pelo constitucionalismo, voltemos ao regionalismo da nossa divisão provincial (Apoiados) porque alguma cousa se deve fazer ao invés.

- Quando aos deixarmos a artificiosa divisão por distritos, quando rios convencermos de que às regiões têm que se grupar e ligar pelas suas condições anatómi-' cãs e fisiológicas da sua vida, da sua produção, e dos seus valores, quando nós nos convencermos de que ó necessário que desapareçam os caciques antigos e modernos, sob as várias máscaras por que eles só nos apresentam, bem diferente há-de ser a sorte do país, e quem estiver nessas cadeiras, que são lugares de: martírio, há-de daí sair com a consciência de alguma cousa ter feito, e não conv o aborrecimento de nada ter produzido e1 de a sua obra ser negativa.

Sr. Presidente: eu proponho-me der acordo com os Deputados e Senadores por Trás-os-Montes, e fazendo-me eco do Congresso Transmontano, onde V. Ex.V Sr. Presidente, o Senado e a Câmara dos Deputados foram vivamente saudados,'trazer ao Parlamento, traduzidas em projecto de lei as conclusões votadas nesse Congresso, e então se verá quanta razão" assiste a Trás-os-Montes, porque essa ré--gião não é mais do que uma parcela da: nacionalidade e da nossa Pátria. s '•