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Diário das Sessões do Senado

O Orador : — Mas está no ânimo da grande maioria.

Pois, Sr. Presidente, depois de duas vezes ter sido votada na Câmara dos Deputados a urgência para o projecto da amnistia, e depois do que, a esse respeito, se tem passado nesta Câmara, es presos políticos continuam nas cadeias da República ou perdidos no exílio, e continuam. no exílio ou nas prisões, por virtude de sentenças, cujas iniquidades silo alguma cousa que brada aos céus.

A frase não ó minha, Sr. Presidente, a frase traduz o meu sentimento, traduz a verdade, mas ela vem escrita num jornal que é órgão de um partido republicano.

Depois cê tudo isto, do que tem sucedido no Parlamento, a propósito da amnistia, e depois das reclamações insofismáveis e iniludíveis da opinião pública, esta questão tem de ser encarada de frente, 'tem do ter, repito, uma resolução imediata e pronta.

Assim o exigem os superiores interesses do país, e, a meu ver, o prestígio do Regime.

Sr. Presidente: eu vou terminar como comecei, apresentando os meus cumprimentos e as minhas saudações a todo o Governo e em especial ao Sr. Presidente do Ministério.

O Sr. Lobo Alves:—Sr. Presidente: tendo a honra de, há três ou quatro dias, ter tomado assunto nesta Câmara, cumpro o agradável dever de cumprimentar V. Ex.:t e todo o Senado.

Seguidamente, porque estamos assistindo à apresentação dum novo Governo, eu faço os meus cumprimentos ao Ministério que chega.

Com a maior atenção ouvi © com o maior cuidado li a declaraçfio ministerial, documento simultaneamente académico na forma e cuidado na sua redacção, e a propósito do qual me proponho também dizer ao Governo o que penso sobre algumas das suas passagens.

Mas., tintes disso, permita-me V. Ex.% Sr. Presidente, e permita-me a Câmara que eu defina, absolutamente, a minha situação nesta casa do Parlamento e que marque a minha posição.

Eu sou português,-transmontano, regio-nalista e republicano. (Apoiados).

Permita-mo agora V., Ex.a, Sr. Presidente, que cn explique a génese da minha estada nesta Câmara.

Havendo eu tido a imerecida honra de ser eleito presidente do Congresso Ro gionalista Transmontano, tendo também a honra d3 abrir e encerrar as sessões desse mesmo Congresso, e percorrido as três étapes da sua região mais notável, a região da Régoa, país do vinho, Chaves, a minha "erra, região agrícola, das águas minerais e dos prados, e além disso ainda a honra de seguir a orientação desse Congresso, ia eu dizendo, Sr. Presidente, e de seguir essa obra patriótica, e tendo dela resultado, por graça e honra dos meus amigos de Trás-os-Montes e por honra dos partidos da República que permitiram que eu tivesse sido olsito, alguma cousa de útil para a Pátria, (Apoiados] eu vindo aqui preciso antes de mais nada dizer ao país a razão por que vim.

Sr. Presidente: eu vim como Senador regionalista. Bem sei que sou o primeiro, mas eu estou que há-de ser o rogionalis-mo que há-de fazer a reviravolta indispensável para este país ser o que deve ser e o que nós queremos que ele seja. (Apoiados). Sr. Presidente: eu sou daqueles que têm fé nos destinos da Pátria.

Se realmente o país despertar, se se convencer que Lisboa não manda como tem mandado (apoiados do centro e da direita) e que o Terreiro do Paço não ó aquilo que devia ser —pouco mais do que uma expressão geográfica e geométrica— convenço-me de que o sol há-de raiar para todos os portugueses.

Estando, portanto, fora dos partidos, embora os considere e tenha dentro deles amigos nesta Câmara dos mais velhos, estando fora da política e não costumando fazer a corte a homens, desejo acentuar que não sigo a política desses homens, mas a política do país, que é aquela que devemos fazer. Tom-se sempre seguido homens e não ideas.

Isto não quere dizer, Sr. Presidente, que eu esteja convencido de que o estado do país não tenha remédio, e de que para tal estado não haja solução.