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Sessão de 6 de Abril de 1921

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são desta casa do Congresso, de 11 de Junho do passado ano, então, na qualidade de Senador. Recordar-se há S. IJ$.a e por certo também esta Câmara. ^

Todavia, S. Ex.a, tinha então, como agora e como sempre, responsabilidades políticas enormes e, daí, têm as mesmas um altíssimo significado.

E porquê? Porque o Sr. Presidente do Ministério é um antigo Chefe de Estado e, nessa qualidade, tem o seu nome vincado à história do nosso País, a esta Pátria que não pode morrer, t porque nunca morrem, para ela, os Nun'Alvares, Albuquerques e Gramas, que se repetem na coragem e nas lutas de hoje como antigamente em Aljubarrota, Ormuz, Dio e Ceuta.

Se não fosse suficiente o que acabo de dizer para mostrar a oportunidade da amnistia, iria ainda mais longe.

Há perto dum ano já, Sr. Presidente, num rasgo imenso de imenso patriotismo, esse grande republicano, esse enorme patriota, essa alma cheia de esperança, esse coraqão replecto de fé no ressurgimento da nossa Pátria, o ilustre Presidente da República, dizia num discurso notável proferido na sessão comemorativa dos mortos da Grande Guerra, que se realisou na Sociedade de Geografia:

«Unamo-nos. Esqueçamos agravos, apaguemos ressentimentos». E rematava, cheio de bondade: «O meu empenho é reconciliar os cidadãos da minha Pátria»

Depois disto que mais precisarei dizer, Sr. Presidente e Srs. Senadores, para provar que a hora que passa é oportuna para que se abram as portas das cadeias e das' fronteiras, para que se esqueçam agravos e ressentimentos?

Que a República em caso algum pode tremer, afirma-o um antigo Chefe de Estado — que é preciso congraçar os cidadãos- da nossa Pátria, afirma-o o actual.

O Governo, porém, pela boca do seu -ilustre Presidente, vai dizê-lo, fazendo-o corajosamente, desassombradamente, pa-trióticamèntè'. E o NSr. Presidente do Governo é, antes de tudo, o antigo Chefe de Estado, por isfO,.. S. Ex.a não trepidará em afirmar-nos Ij3ue ó chegada a

oportunidade para a concessão da amnistia.

Tenho dito.

Vozes: —Muito bem.

O Sr. Rodrigo Cabral: — Tenho dúvidas sobre a oportunidade dessa lei.

Há poucos dias, li nos jornais que tinha sido descoberto um complot, não constando que ele já esteja liquidado.

Ora, sem estar liquidado esse incidente, poderá parecer fraqueza da parte da República a votação duma tal lei.

Tenho a maior, consideração pelo meu ilustre colega Sr. Jacinto Nunes, tenho ouvido de S. Ex.a palavras de sinceridade e de magnanimidade que muito o honram, pois que é um velho e legítimo republicano.

Sr. Presidente: Segundo diz aqui o parecer da comissão de legislação civil, já dez amnistias foram dadas durante a vigência republicana, o que quere dizer que já dez conspirações tiveram lugar neste regime e que a • seguir às amnistias se deram sempre conspirações. No emtanto, Sr. Presidente, nós continuamos no mesmo círculo vicioso: depois de uma conspiração, vem logo a seguir uma amnistia; à amnistia, vem logo outra conspiração, e assim sucessivamente.

O que eu vejo, Sr. Presidente, é que os nossos adversários não têm emenda, e por isso nós vamos continuar neste círculo vicioso até não sei quando. Sr. Presidente, eu já saí um pouco do fim principal para que pedi a palavra e digo apenas neste momento• ao Sr. Presidente do Ministério que o meu voto depende simplesmente do que S. Ex.a me disser sobre a liquidação ou não liquidação do complot que há pouco foi descoberto "pela polícia de segurança do Estado.

Peço, por isso, a S. Ex.a o favor de me responder sobre este assunto, a fim de eu saber o que hei de votar.

Tenho dito.

O Sr. Herculano Galhardo: — Sr. Presidente : o ilustre leader do meu partido, Sr. Dr. Catanho de Meneses, num discurso primoroso na forma, delicadíssimo de ideas e repassado de sentimento, disse ao Senado o que pensava do projecto em discussão. O pequeno discurso de S. Ex.a