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• Sessão de 12 de Abril de 1921

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segurança do Estado, mas ainda porque . revelaria falta de atenção e cuidado numa questão desta ordem.

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O Sr. Celestino de Almeida: — Sr. Presidente : em 29 de Junho de 192Q, assinei o parecer áat comissão de finanças com declarações. É por. esse motivo, Sr. Presidente, que eu neste momento, vou usar da palavra.

Então, eu deveria talvez assinar este parecer, como cheguei a dizer aos meus colegas da comissão, como «vencido» e não «com declarações». Mas, nove meses depois, eu sinto-me mais à vontade tendo assinado simplesmente com declarações porque hoje as circunstâncias mudaram, e não sou já positivamente um vencido como era então.

f Sr. Presidente, vou apreciar o projecto na generalidade sob alguns dos aspectos principais que ele reveste. Apreciá-lo hei sob o ponto de vista financeiro, mas sobretudo económico,, e apenas de leve me referirei ao ponto versado pelo Sr. Abel Hipólito,. que é o da sua conveniência ou .não na passagem do Arsenal para a outra margem do rio, direi alguma cousa sobre as considerações que S. Ex.a acaba de fazer.

Em 1911 tive a honra de estar à frente dos negócios da marinha, apreciando en-.tão os trabalhos feitos pela comissão de marinha, pouco depois da implantação da República, que se ocupou de um estudo geral das necessidades da marinha. Uma das conclusões desses trabalhos foi o reconhecimento da vantagem de passar o Arsenal para a outra margem do Tejo.

Apesar da minha ignorância sobre esses assuntos, o bom senso a que é obrigado quem começa a estar em idade avançada e alguma curiosidade tem tido por essas questões leva-me a dizer que não me parece que a segurança do Arsenal, pelo facto da sua passagem para a outra mar^ gem, fique prejudicada, porque haverá então ali bastantes forças e.suficientes para garantir-lhe a segurança.

Isto pelo que. respeita ao ponto de vista social.

• Quanto ao ponto de vista militar, para defesa do Arsenal não são necessárias forças de duas ordens: canhões e hidro--aviões. , Infelizmente longe está ainda o dia de

podermos garantir a segurança do Arse-.nal, em absoluto, esteja ele onde estiver.

E,, portanto, minha opinião que não deve haver receios, quer sob o ponto de vista social, quer militar, na passagem do Arsenal para a outra margem do Tejo.

Passo agora a tratar do assunto sob .outros aspectos.

O.primeiro aspecto e visto que se trata dum adiamento da realização das obras e sobre a sua urgência.

Sr. Presidente: era urgente o ano passado, como era urgente há muito tempo a , construção dum arsenal, não só destinado a facilitar a construção de material de guerra,, mas sobretudo às-grandes reparações que se devem fazer no Tejo.

Fez-se isto segundo, eu ouvi pelas observações do próprio concorrente que acompanha os seus trabalhos; .de facto pretende-se ter um arsenal de marinha para as nossas construções navais e, destiná-lo só a isso- era muito pouco; não permitia de forma alguma com.a construção a realizar, que as despesas passassem além da importância que havia de ser relativamente modesta.

Ora des^e o momento em que se atendesse à construção do~arsenal a realizar, a fim dele • ser destinado não só à construção naval militar, mas ainda à construção da marinha mercante, e sobretudo às grandes reparações de toda a construção naval, nestas condições a obra que se ia intentar era mais proveitosa e mais em harmonia com as, condições do País e de resultados mais profícuos e aproveitáveis... , , , . Sr. Presidente: referia-se a. urgência que se pode dizer que é de sempre, de transferir o Arsenal da Marinha para a outra margem do Tejo; essa urgência que existia, já antes da proclamação da República, continuou a ser e hoje mais do que nunca, desde que • o Estado possui uma grande frota mercante, .que de futuro há-de precisar de grandes reparações.