O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 22 de Abril de 1921

casa do Parlamento, eu quero^acentuar a V. Ex.as que esta falta de cortesia — se assim se lhe pode chamar—não tinha razão para merecer reparos, porquanto, como há pouco disse, não são os 1$ÕO ou 1$80 que o Estado abona aos oficiais da marinha que poderão chegar 'para eles satisfazerem as suas necessidades de mesa e ainda serem amáveis e corteses com os seus hóspedes.

Amáveis, sabem-no' V. Ex.as, sempre o foram; e não deixarão de o ser, se o Parlamento, apresentadas as propostas do Sr. Ministro da Marinha e tendo em atenção estas circunstâncias, tiver o cuidado de concorrer para que elas sejam aprovadas.

- Melhoradas as condições de vida do pessoal de bordo, é de crer, é certo mesmo, que ele poderá ter ocasião de, mais uma vez, como sempre, testemunhar para com os seus visitantes aquela delicadeza e aquela cortesia que sempre foram as suas características. Tenho dito.

O Sr. Ministro da Marinha (Fernando Brederode): — Sr. Presidente: O Sr. Travassos Valdês referiu-se a quatro pontos diferentes aos quais responderei pela mesma ordem que S. Ex.a os tratou.

Primeiro referiu-s e aos exames finais dos guardas marinhas. Devo dizer, a V. Ex.a, Sr. Presidente, que esse assunto muito me tem preocupado e é bem contra a minha vontade- que esses exames se não, têm já efectuado.

Como V. Ex.a muito bem sabe, os exames têm de ser feitos durante uma viagem e não podem durar mais do que vinte e um dias e para a qual estava já destinado o Vasco da Gama:

Quando tomei conta da pasta da Meirinha já estavam muitos guardas marinhas embarcados a bordo desse navio de guerra e esperava apenas a chegada de dois que tinham ido fazer estudos à Itália.

Passados poucos dias, estava dada ordem de saída ao couraçado, quando informações seguras e certas, não provenientes da polícia, me davam como absolutamente certa a tentativa de rebelião promovida principalmente por elementos monárquicos — e eu tenho o prazer de fazer esta declaração, porque, a propósito dessa tentativa que houve na semana da

Páscoa, tenho ouvido referir que essa tentativa de rebelião fora uma invenção da polícia para fazer valer os seus serviços. Como tinha estas informações tomei a responsabilidade de não deixar sair o couraçado Vasco da Gama por isso que eu contava com a guarnição — oficiais e marinheiros — desse navio, como elementos de mais confiança do regime para o caso dessa tentativa .de revolução monárquica se vir a efectivar.

Como V. Ex.a sabe essa tentativa que apenas chegou a esboçar-se não passou do esboço, deu-se precisamente quando a maioria dos membros do Grovêrno estava fora de Lisboa, tendo eu até nessa ocasião passado uma noite inteira no Ministério da Marinha.

Foi essa a razão por que não saiu o couraçado Vasco da Gama. Mais tarde vieram as cerimónias para comemorar os feitos gloriosos dos soldados portugueses desconhecidos e foi necessário que o Vasco da Gama estivesse no Tejo durante esses dias para esperar ,a chegada do soldado vindo de França. Ultimamente tinha sido dada ordem para que logo que tivesse terminado essa cerimónia., saísse o Vasco du Gama; mas houve um pequeno desastre na máquina e tenho informação de que a sua reparação levará apenas cinco dias.

A viagem de instrução que se exige aos guardas marinhas, ó um preceito legal, que não se cumpriu durante a guerra, porque nessa ocasião era necessário arranjar oficiais, e tanto assim que íoi preciso mobilizar alguns oficiais de marinha milicianos, dos quais ainda constam algucs da lista da armada. Mas agora que já terminou a guerra, tem que se cumprir a lei. Não sei se a exigência desse exame é útil ou não para os guardas-marinhas, acredito que o não seja, visto que o disse o Sr. Travassos Valdês, mas emquanto lhes for exigida essa formalidade, ela tem que ser cumprida.