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Diário das Sessões do Senado

categóricas. .E folgo por que realmente o que me moveu e levou a trazer este assunto ao Senado foi o dano que podia causar um artigo publicado no estrangeiro.

Eram necessárias,xpois, tais explicações e neste lugar, para que saiba o que no caso lia de verdadeiro, falso e insidioso.

Tenho dito.

O Sr. Vicente Ramos: — Sr. Presidente, pedi a palavra, para solicitar do Sr. Ministro do Comércio a sua atenção para assuntos que interessam ao distrito que represento no Senado.

Trata-se da interrupção do cabo submarino entre a Graciosa e S. Jorge.—E indispensável que se dêem os passos necessários para que um navio vá fazer a respectiva reparação.

Há. Sr. Presidente, uma grande falta de comunicações. Há vapores que fazem carreiras regulares para umas illias e irregulares para outras. Há vapores que tocam na Graciosa e outros não; há um vapor que vai até o Faial e só no regresso do Faial é que vai pela Graciosa. A Ilha das Flores, então, não tem nenhuma, carreira regular.

É certo que os Transportes Marítimos têm mandado vapores para as Ilhas dos Açores; mas esse serviço é de tal modo feito, que nenhum resultado dêlu se tem tirado.

Nunca os navios dos Transportes Marítimos deixaram incompleta a carga das Ilhas. A disposição para a descarga já foi tal, que só podia ser feita por uma escotilha ; só havia um guindaste a tirar carga. Mas agora já não há esse risco.

O vapor San Miguel foi para os Açores completamente carregado o deixou ainda passageiros.

Dias antes tinha saído ura vapor dos Transportes Marítimos, completamente vazio porque não lhe dão carga, visto que muita é roubada.

Muitas vezes nem metade da carga lá chega.

Dai resulta que todo o comércio açoreano não carrega em tais navios.

A ilha Graciosa está sem comunicações telegráfica e postais.

Conveniente seria que fosse reparado o cabo entre essa ilha e S. Jorge.

Grande serviço prestava também o Sr. Ministro, mandando estabelecer ura

posto de telegrafia sem fios, que custaria pouco.

Actualmente a repartição competente dispõe de dois postos; bem podia mandar um para ali, com pouco dispêndio.

O cais da capital da ilha foi no inverno passado avariado pelo mar. Não se deram providências imediatas e daí resultou que o trabalho, que naquela ocasião se fazia com pouco dinheiro, ó agora para cinco mil escudos. ,

Vou entregar uina representação dos comerciantes daquela ilha em que se solicita esse benefício.

Mas há ainda outro assunto, que-é o da muralha marginal da baía de Angra do Heroísmo, que no inverno passado também sofreu.

Era uma questão de duzentos escudos a sua reparação. Pois nada se fez e o serviço está interrompido.

Pedia que se desse ordem para a direcção respectiva a fim de que um engenheiro fosse encarregado de ver essa muralha.

Creio que o Sr. Ministro do Comércio tomará na devida atenção o que acabo de dizer.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (António Fonseca): — Referiu-se o Sr. Vicente Eamos a várias questões que interessam os distritos dos Açores.

Sobre a reparação do cabo submarino, vou ver se é possível fazer já essa repa-raçEo.

Quanto à instalação do posto de telegrafia sem fios, não me parece que nesta altura haja forma de fazer essa instalação, tantD mais que está em estudos uma determinada rede de telegrafia sem fios, com ramificações para os AçOres.

Relativamente à navegação para os Açores, esse problema tem chamado por vezes a minha atenção, porque o desejo de o resolver é igual para todos. Somente o conhecimento das dificuldades é que é diverso e sempre que o tenho procurado resolver encontro objecções e dificuldades.

Essas objecções são dói natureza geral. . Não temos infelizmente muito dinheiro para subsidiar carreiras, como fazem os outros países, com maiores recursos financeiros. /