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Diário das Sessões do Senado
ela pusesse ao seu serviço alguns navios como os pôs durante a guerra.
Ora eu devo dizer com toda a franqueza que não concordo com êste modo de ver dos açoreanos que, num momento de irreflexão e por se verem abandonados pela sua pátria, pedem o auxílio de nações estrangeiras.
Quando em Lisboa se dá uma greve de caminhos de ferro ou de eléctricos, os Governos tomam logo providências pondo os eléctricos e os combóios a trabalhar. Como? Mandando para lá pessoal militar.
Eu, em regra, sou contra o emprego de militares, mas em casos especiais, come o da actual greve marítima, nós temos primeiro que tudo de olhar aos princípios humanitários e ver que um povo que habita as ilhas e em contacto apenas com o mar, se encontra isolado, esgota os alimentos, estando na contingência de morrer à fome.
Eu espero que o Sr. Ministro da Justiça faça a fineza de chamar a atenção do seu colega da Marinha, a fim de que S. Ex.ª adopte providências imediatas e eficazes, de modo a que os povos açoreanos não continuem absolutamente isolados da metrópole.
O Sr. Ministro da Justiça e dos Cultos (Lopes Cardoso): — Eu tomo na maior consideração as palavras do ilustre Senador e meu colega e transmiti-las hei ao Sr. Ministro da Marinha.
Em todo o caso alguma cousa tenho a observar quanto à forma como S. Ex.ª pôs a questão.
O Sr. Ministro da Marinha é um militar brioso, digno, e uma das pessoas mais
competentes que ocupam as cadeiras do Poder.
S. Ex.ª está estudando a resolução da greve marítima com todo o cuidado e toda a atenção, e estou convencido que, dentro de dias, conseguirá resolvê-la.
Como o Sr. Senador Joaquim Crisóstomo pôs em dúvida a sua competência, eu direi que a S. Ex.ª não falta competência, nem coragem, nem dedicação pela República.
Estou convencido que o Sr. Joaquim Crisóstomo proferiu essas palavras não com o intuito de ser desagradável ao ilustre Ministro da Marinha, mas apenas levado pelo seu grande desejo de defender os interêsses açoreanos.
As greves são sempre de difícil solução, mas as greves marítimas são de uma dificuldade extrema, mas estou certo de que dentro de dias o ilustre Ministro da Marinha será aplaudido por nós, que já conhecemos as suas intenções e por V. Ex.ªs quando reconhecerem que, da sua acção, alguma cousa saíu de proveitoso.
O Sr. Silva Barreto (em nome da comissão do Regimento): — Sr. Presidente: pedi a palavra para comunicar a V. Ex.ª e à Câmara, que ficou ontem instalada a comissão do Regimento, tendo escolhido o Sr. José Pontes para secretário e a mim, participante, para presidente.
O Sr. Presidente: — A próxima sessão é na sexta-feira, dia 7, à hora regimental, com a mesma ordem do dia.
Está encerrada a sessão.
Eram 19 horas.
O REDACTOR — Alberto Bramão.