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Sessão., de 15 de Janeiro de 1924 .

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mas que desgostam os partidos que .apoiam esse Governo. E muitas vezes, «cousas comezinhas na aparência chegam .a abrir brecha no barco da governação o por ela começa a entrar água até que o afunda.

Por isso eu entendo e confio que todos os membros do Governo, atendendo ao momento que se atravessa, não deixarão •de comunicar todos aqueles actos que pretendam realizar nas suas pastas ao Presidente do Governo, não para lhes tirar a liberdade, mas simplesmente para que V. Ex.H apreciando-os possa ver bem se ôles estão integrados na unidade de vistas que V. Ex.a preconiza na sua declaração ministerial.

Eu vou terminar, cumprimentando V. Ex.a como velho republicano e uma das mais distintas figuras dos nossos homens públicos e que merece toda a nossa consideração.

Estos cumprimentos vão também a todos os membros do Governo, a muitos dos quais me ligam relações de amizade e consideração e faço votos, e fà-lo-todo o meu partido, para que V. Ex.a possa vencer todas as dificuldades e conseguir, já não digo tudo o que vem .no seu programa, mas ao menos alguma cousa consiga fazer para que o Governo que lhe suceda possa dar-lhe continuidade e conseguir o resto.

Permita-me V. Ex.a que eu antes de terminar chamo a sua atenção para a «riso da carestia da vida, que é pavorosa, certo do que V. Ex.a atenderá a 6sse problema.

Há também um assunto para que cha-010 a atenção de V. Ex.a: é para o que está fazendo a França, que, vendo a desvalorização da sua moeda c reconhecendo que a principal causa disso estava na quantidade enorme do bancos c casas bancárias, trata da sua redução, conforme a capacidade das praças onde funcio-aam.

Nós temos também bancos e casas bancárias que a opinião pública diz excederem a capacidade das nossas praças, e iodos ossos estabelecimentos vivem e vivem à grande, -distribuindo chorudos lu-•eros o dividendos.

Chamo para este facto a atenção de V. Ex.a, certo de qu.e lhe não dou novidade alguma, pois naturalmente V. Ex.a

já pensou' neste assunto c procurará dar--Iho remédio.

Termino, renovando os meus cumprimentos e fazendo votos para quo o Governo consiga a solução daquilo que deseja, que é uma obra patriota o bem republicana.

O Sr. Augusto de Vasconcelos: — Sr. Presidente: cumpro o dever do apresentar os cumprimentos deste lado da Cfiina-ra ao Governo presidido pelo Sr. Álvaro de Castro.

Até há pouco, era S. Ex.a o meu colega, leader do meu partido na outra casa do Parlamento.

Sempre mantive com S. Ex.a as mais cordiais relações.

Folgarei que na difícil missão, que pretende realizar, tenha o êxito do quo o País carece.

Constituiu S. Ex.a o seu Ministério com alguns representantes do Partido Democrático, alguns dissidentes do Partido Nacionalista e elementos independentes, dois dos quais pertencentes a um grupo intelectual, sob o título simbólico da Seara Nova.

Não estava ein Portugal, quando se deram os acontecimentos políticos, de quo resultou a constituição do Ministério actual.

Antes de partir, porém, previ —não era preciso ser profeta— a scisão de quo ia ser vítima o meu partido e prognostiquei que o Sr. Álvaro de Castro seria eni breve Presidente de um Ministério, a quo se chamaria «nacional», com a colaboração do Partido Democrático. Não mudou o Partido Democrático a sua orientação, que vem marcando nos 13 anos da constituição da República: ou governa ele, ou se governa com ele.

Sem ele. não.

Estou convencido de que esto erro do visão política é que tem sido a causa principal dos desastres porque tem passado a política da República: mas há que reconhecer uma tenacidade e -uma coerência de orientação, que constituem porventura hoje a mais poderosa íôrça, quo anima esse partido. - ,