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Sessão de 23 de Janeiro de 1924

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resultado que todos sabem, não havendo sequência de trabalho. Não ha maneira de se conseguir num país cousa alguma, em matéria técnica, emquanto os técnicos estiverem desligados, emquanto não constituam núcleos e uns aos outros se ajudem, e que uns vão herdando de outros o que já se tenha alcançado com muito trabalho e muito esforço.

Insisto sobre este ponto. Os agrónomos dovem-se distribuir pelo País em núcleos agrícolas a fim de que possam produzir o que devem à agricultura nacional.

Segundo o diploma, estes núcleos são tantos quantos os necessários e conforme as características das regiões.

São deles que partem depois as iniciativas de propaganda do ensino e cultura pelos diferentes pontos do.País.

Isto está muito longe de ser a, buro-cratização dos serviços no Terreiro do Paço e a centralização do que fala o Sr. Lima Alves.

Mesmo porque o ponto de partida desta actividade não fica dentro do Ministério, mas sim da estação agrária central, à qual estão ligados os diversos núcleos.

Esta estação tem a sua importância. Ela tem do formar os investigadores que não temos hoje, pelo menos, em número bastante.

Eu posso afirmar que os nossos agrónomos muito precisam de investigar ainda e de trabalhar no estudo do País. E, reconhecendo-se isto, não há o direito de negar-lhes aqueles meios precisos para trabalhar e para uma classe se impor.

Assim, portanto, o espírito fundamental desta organização é criar núcleos de homens competentes que estudem e investiguem no sentido de resolver certos problemas, interessando a economia do País.

S. Ex.a disse que a quando da organização da estação agrária central se tinha ido buscar homens à Escola de Agronomia, com prejuízo desta, e tal prejuízo não existe; se tinha ido buscar um secretário, havendo para o efeito pessoal a mais, e até a este propósito começou por dizer que-esse secretário era um chefe de' divisão que nem sequer devia exercer tal lugar, porque ó um silvicultor."

Eu devo dizer a S. Ex.a que neste ca* só se cometeu um lamentável equívoco, e

um aspecto interessante: S. Ex.a disse que para chefe da 'divisão era necessário ser-se médico veterinário on engenheiro agrónomo; ora não sei se a Câmara se lembra que o Sr. Lima Alvos já foi Ministro da Agricultura, fez uma organização de serviços, e essa organização de serviços, que chegou a ser lei do País, tinha esta cousa curiosa para o ponto em discussão e é de que para o referido lugar podia indiferentemente ser escolhido um médico veterinário, um silvicultor ou um engenheiro agrónomo.

Foi, pois, S. Ex.a mesmo quem primei-meiro estabeleceu a doutrina que agora combate.

Depois foi Ministro da Agricultura o malogrado António Granjo, quê deu provas duma grande iniciativa no pouco tempo que esteve no lugar, devendo-se-lhe um empurrão forte nas cousas da agricultura. Remodelou alguns serviços dentro do Ministério, com base em autorizações legais, e numa dessas remodelações estabeleceu de novo, e isso está de pé, que podia ser chefe de divisão um siivicul--tor, um médico veterinário ou um engenheiro agrónomo indistintamente; portanto, S. Ex.a está equivocado, como disse.

Já que estamos no caminho dos equívocos, eu 'desejaria mostrar como S. Ex.a se engana nos aumentos de despesa, eu já demonstrei que não há aumento de despesa, mas o que é curioso é que no dizer de S. Ex.a os encargos derivados da organização andam por uns 150 contos, podendo eu afirmar à Câmara (e fico-à disposição de qualquer Sr. Senador para o demonstrar) que os encargos .com novos lugares representam um máximo de 70 contos, quere dizer, metade do que S. Ex.a calcula.

Continuando no meu raciocínio e não desejando cansar a atenção da Câmara, num detalhe minucioso destes assuntos, vou explicar por que em determinados pontos as sub-regiões persistiram e'em outras, na grande maioria, se suprimiram.

Citou S. Ex.a Guimarães.

É um dos pontos que precisa mais de instrução agrícola e que maior partido pode tirar dessa instrução.