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Diário, âãs Sessões do Senado

Relativamente ao outro assunto tratado por S. Ex.* é-me muito fácil responder.

Se eu tivesse conhecimento do movi-menío revolucionário que se anuncia, n£,o diria nada a S. Ex.à; guardava para miiri o segredo, porque o segredo é a alma do negócio, e faria o possível para qae o movimento gorasse.

Mas, diz S. Ex.a que esse movimento ó muito anunciado, e pede-me, como Ministro do Interior, como se eu fosso um empresário do revoluções, quo não consinta nesses anúncios.

Mas eu não o anunciei. Os boato:* siio muitos e são espalhados en. todos OP campos. Chega a ser difícil para o Ministro do Interior conseguir descobrir ',uais são os verdadeiros, tantas são as suas cores, desde os mais conservadores até os mais extremistas.

Incontestavelmente eu não posso dizor a V. Ex.B que não haja mal-estar proveniente da vida caríssima que vive cios ; mas rao é mais cara que nos outros pulses. O nosso temperamento é que é mais propenso a revoltas e faz com que muitas pessoas julguem ser a revolta o melhor meio de se fazerem valer.

Nós, portugueses, entendemos que nó pela força podemos vencer as citiculdadjs da vida. Eis o que é detesta vê,. - Afirmo a S. Ex.ft que há senmre vrrioá portugueses que fomentam a agitação p^r sistema e os revolucionários &S.o sempre as mesmas pessoas.

Pode S. Ex." estar descansado, assim como a Câmara e o País, de qae a ordem há-de ser mantida e de que a acção que O Governo, vem empregando pura a t.olu-ção do problema económico há-de calar no bom senso de todos.

Se se não atingir Gsse desiderutum, não será por falta de vontade do Govf rno em acertar e fazer tudo para que o País entre no seu verdadeiro caminho, o q-je se conseguirá com o equilíbrio orçamental. Com este equilíbrio a vida tenderá .a baratear e, desde que iseo suceda, os irovi-mentos revolucionários não passarão de fantasias.

Pode, rebito, S. Ex.a estar cer:o «L? que não há neste momento—j esta afirmação é categórica- - receio lonhuci do alteração da ordem pública. Estou absolutamente convencido disso. Se estivessu

convencido do contraiio eu, em lugar de responder desta forma, teria pedido licença para me calar. Tenho dito.

O Sr. Augusto de Vasconcelos: — Sr.

Presidente: felicito-me por ter provocado as explicações do Sr. Ministro do Interior a respeito da ordem pública, que estou cei*to será tratado por S. Ex.a como o caso- exige.

Ao fazer as minhas interrogações ao Grovèrno, não quis preguntar pelo estado rtívolucinário do País atribuindo-lhe a autoria cê qualquer dessas revoluções que por aí se anunciam.

Í3. E2:.a em resposta dis&e-me que não era empresário de nenhuma. Evidentemente. NTio lhe fiz essa acusação, nem semelhante cousa me passou pela cabeça. S. Ex.a ó, pelo contrário, o anti-empresá-rio, porque tem do as desfazer e contrariar. Somente preguntei a S. Ex.a o qno havia ile ver J nde, visto S. Ex.a ser o encarregado de rnetor os empresários na cadeia. É por isso que* eu prrguntei a S. Ex.;i qual o estado da ordem pública. S. Ex.a responde-me com palavras tranquilizadoras. Folgo de as ter ouvido.

É corto que S. Ex.a baseou as suas palavras na acção exercida'pelo Governo.

Nesso ponto já não estamos de acordo; estamos, até, lia mais absoluta divergência, porque &ou de opinião que as últimas medidas tornadas pelo Governo não podem levar a tranquilidade ao Pais.

Analisaremos a seu tempo essas medidas, mr.s desde já declaro que de forma alguma posso estar de acordo com S. Ex.a a ôsse respeito.

O Sr. Presidente: — O Sr. João Carlos Costa pediu a palavra para um negócio urgente.

O assunto desse negócio urgente é tragar do certas versões que ferem a dignidade do país, relativas ao naufrágio dos navios mercantes na costa de Portugal, e duma carta publicada pelo comandante Sacadura Cabral. Sobre essa carta devo dizei' que há mais do um mós que está na orJem do dia o projecto de lei n.° 4, que não tem sido possível discutir em virtude de se sobreporem outros assuntos mais urgentes.