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Sessão de 12 de Fevereiro âe 1924

mente, a confiança que eu tivesse nos oficiais que dessem informaç^. E devo dizer que -as informações" #aaas pelo capi-tão^tenente Sr. Procópío de JFreitas não têm para mim valor suficientemente abo-natório, porque o capitão-tenente Sr. Pro-cópio de Freitas não ó oficial da minha confiança, ou, mais correctamente falando, não é oficial de confiança do actual Ministro da Marinha.

O Sr. Procópio de Freitas (interrompendo):—

O Orador: — Eu vou dizer : porque o capitão-tenente Sr. 'Procópio de Freitas tem sido por vários Governos afastado de comissões de confiança, e, por consequência, as informações dadas por esse oficial não têm valor suficiente para mim.

Também as razões dadas pelo Sr. Procópio de Freitas não têin o valor necessário, porquanto na armada, ou melhor, na consciência dos oficiais da armada, nào está em esquecimento que o capitão.-te-nente Sr. Procópio de Freitas uma ou mais vezes entrou em navios da nossa armada, revolucionou sargentos e praças contra os seus legítimos superiores, não permitindo a bordo a entrada nem dos comandantes, nfm dos oficiais, e não se preocupando nem com o prestígio dos seus camaradas, nem com o respeito que deve aos seus superiores.

Por consequência devo dizer ao Sr. Senador Procópio de Freitas que o capitão-tenente Procópio 'de Freitas não é oficial da minha confiança, ou mais correctamente falando, não o é da confiança do actual Ministro da Marinha, que cometeria uma grave falta se fosse reintegrar na armada sargentos e praças que o capitão-tenente Sr. Procópio de Freitas abonou.

Nada me impede de pensar que o ca-gitão-tenente Sr. Procópio de Freitas não seria capaz de praticar de íuturo idênticas façanhas e assim iria meter nas unidades da armada elementos que seriam os seus- agentes de acção em novas perturbações revolucionárias.

Trocam-se vários apartes entre o orador, o Sr. Procópio de Freitas e o Sr. Joaquim Crisóstomo.

O Orador: — Eu não tenho o menor intuito de ofender alguém; o que eu disse

foi que Governos da República afastaram o capitão-tenente Sr. Procópio de Freitas dê comissões de serviço e posso citar o facto recente de este oficial ter sido retirado das funções de adjunto da capitania do porto de Lisboa por um Governo transacto, por ele não merecer a sua confiança.

O Sr. Procópio de Freitas:—Sr. Presidente : começo por dizer que os Srs. Ministros da Marinha e Major General da Armada é que não me merecem confiança nem devem merecer à República.

Relativamente a ter sido eu exonerado de comissões de confiança, tenho a dizer que só em Novembro último é que fui exonerado do cargo de adjunto do Departamento Marítimo do Centro, sem motivo algum, e na mesma ocasião em que foi também exonerado de igual cargo o capitão de fragata João Manuel de Carvalho, vítima duma infame calúnia lançada sobre a Polícia Marítima, e que o Sr. Major General da Armada tinha por dever repelir em vez de a aceitar como fez.

Durante a insurreição monárquica bastantes serviços prestei como comandante da canhoneira Limpopo, primeiro navio que saiu a barra de Lisboa para combater os revoltosos, tendo-me sido concedida a medalha de ouro de bons serviços à República.

Mais tarde, achando-me em Leixões na referida canhoneira, e tendo requerido a exoneração do comando, .por estar há muitos anos em comissão de embarque, foi--me ordenado que entregasse esse cargo ao oficial imediato, a .fim de regressar com urgência a Lisboa, por ter sido escolhido para ir assumir o cargo de capitão do porto de Setúbal, numa ocasião bem difícil, em que a classe marítima se achava bastante .indisciplinada e o meu antecessor tinha cometido irregularidades muito graves.

Quando deixei esse cargo, fui louvado pelo Sr. Ministro da Marinha de então.

Além destas comissões, outras tenho desempenhado, sempre com agrado dos meus superiores, não sendo portanto verdade o que S. Ex.a o Sr. Ministro da Marinha acaba de dizer acerca da minha exoneração de comissões de confiança.