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Diário das Sessões do Senado

medicamentos que dão resultados com-pletamente contrários.

Quere modificar a divisa cambial, e arranja medidas que têm levado o espírito público a uma grande desconfiança. Quere modificar os estatutos do primeiro Banco do país, e fá-lo de tal maneira que já ninguém «abe com que pode contar naquele Banco.

Isto prejudica o crédito do Estado.

S. Ex.a quere modificar também a carestia da vida, e para isso apresenta-aos uma tabela de impostos duma tal grandeza que, se porventura ela chegasse a ter realidade, iria pôr a vida numa careza que eu não sei se nós amanhã poderíamos comer um bocado de pão e beber dois copos de água com os actuais honorários.

O Sr. Presidente do Ministério em vez de procurar resolver o problema pelos meios mais próprios, faz uma recomposição. E assim, eu não tenho senão que ía-zer aos novos Ministros os meus cumprimentos.

O que eu trato é da política de conjunto e essa tem falhado completamente. Eu sei que este problema é um problema muito complexo e ele tem a sua base fundamental: uma base moral o são os pr3-blemas deste género os mais difíceis de resolver.

,jMas, afinal, quem é que tem contribuído para a carestia da vida? São exactamente aquelas classes que mais têm actualizado os seus vencimentos e aquelas que estão mais longe das violências da carestia da vida.

Não quero falar apaixonadamente.

Ainda o outro dia nós vimos aparecer aqui, no Parlamento, a reclamar contra a carestia da vida, as juntas de freguesia e a Confederação Geral do Trabalho.

Ora, Sr. Presidente, as juntas de freguesia são constituídas especialmente por lojistas, e quanto à Confederação Geral do Trabalho, se nós formos preguntar a ilustres professores, a homens de sciêri-cia e até aos fuucionários públicos quanto ganham ou quanto ganham aqueles que aqui estão, veremos que nos apresentam uma quantia que comparada a qualquer estivador da alfândega, a qualquer funi-leiro, etc., não é nada.

Os funileiroí, estão a ganhar 220, os estivadores a 30$, etc., etc., e então eu pregunto quem é que está mais actuali-

zado no momento, se são eles, se somos

E muito difícil, mais do que se imagina, conseguir o barateamento da vida. O que se nào devia é ter deixado chegar a sociedade a este estado de positivismo triste.

Cada qual não vê senão a sua pessoa e não trata senão em pensar em si, sem se lembrar do que deve à colectividade.

í Quando as sociedades chegam a este estado, o seu futuro é carregado de nuvens e quantas vezes está próximo da morte !

Por esta razão eu espero que o Sr. Ministro da Agricultura, dentro das dificuldades gravíssimas que vai encontrar na solução deste assunto, procure empregar a sua experiência de homem de Estado de forma a modificar tanto quanto possível este estado de cousas e, ao mesmo tempo, é preciso que pela pasta do Interior se não estejam animando os sentimentos revolucionários, que não se esteja com certas benevolências, não reprimindo vários sinais de decomposição social que se estão apresentando como uma ameaça que nos pode envolver a todos nós, conservadores o não conservadores, e até aos próprios que pensam em nos liquidar.

Xada mais teria a dizer se porventura se não apresentasse hoje a esta Câmara. o novo Ministro do Comércio.

Tenho já visto S. Ex.a, na outra Câmara, discutir, até com bom senso, alguns dos problemas que dizem respeito à sua pasta. Faço votos por que agora, no exercício daquele alto cargo, dê realidade a muitas dessas doutrinas que eu lhe tenho ouvido com aprazimento.

Tenho dito.

O Sr. Artur Costa: — Sr. Presidente: está sobre a Mesa um projecto de lei que autoriza o Governo a fazer o novo contrato com a Companhia dos Tabacos.

Tem uma única emenda que foi aprovada na Secção,

Requeria a V. Ex.a que consultasse o Senado sobre se autoriza que seja suspenso o debate político ato se votar essa emenda, continuando depois o debate político.