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Diário da* Senôe* do Senado

dava com a forma actual do Parlamento português e com os. poderes quo a Constituição atribui ao Presidente da República.

S.'Ex.a devia saber que a Seara Nova é contra o Parlamento pela forma como ele está organizado, devia saber que a Seara JVova em princípio é presidencialista.

Pois se eles nesse documento dirigido ao Sr. Presidente da Repúolica diziam que os representantes do País e os membros do Poder Executivo não tinham competência para executar esses cargos, eu não compreendo que um político encarregado de organizar Governo, em vez de ir buscar colaboradores entre os homens que têm dado provas de competência no serviço público, os tenha ido buscar a um verdadeiro alfombre de lunáticos, pensadores e teólogos.

Esse erro foi grave, e o Governo estava condenado desde a primeira hora a esse fracasso, porque enfermava de um vício de origem.

Realizaram-se, as minhas previsões e oxalá que o Sr. Presidente neste segundo acto seja mais feliz.

O Sr. Álvaro de Castro recompondo o seu Governo revelou que ó um militar que perante um desastre não trepida, não vacila e prpcura reconstituir rapidamente as forças qoe havia perdido. ,

Mas, pregunto eu: <_ p='p' ter='ter' a='a' continua='continua' para='para' elementos='elementos' governar='governar' ex.a='ex.a' s.='s.'>

Afigura-se-me que não, e a vida do Governo, apesar de todas as manifestações de apoio da Câmara, não representa neste momento a opinião geral do Pais, e, sem o apoio decidido dum partido, ou duma corrente de opiniões, nenhum Governo se pode conservar no Poder.

Em meu entender, o Governo aão conta com a boa vontade do Partido Nacionalista; não oonta com o apoio dft Partido Radical e apenas encontra a seu lado a maioria democrática, mas muito dividida; não tenhamos; ilusões sObre a atitude tomada pelo Sr. Vitorino Guimarães acompanhado do.Sr. António Maria; da Silva, já exteriorizada, mas não leva^ft. ainda à última instância, há-de trazer a qseda do G-ovêrno. .-..-'

Portanto, Sr- Presidente, .um Governo assim, quando não seja nefasto ao País, pelo menos deve considerar-se'inútil, por-

que tem uma vida puramente artificial, não direi que esteja propriamente no vácuo, mas posso afirmar que ele exerce a sua acção desacompanhado de qualquer opinião pública.

Isto ao contrário do que pensa o Sr. Mendes dos Reis, porque a opinião pública afirma-se nos grandes órgãos da verdadeira opinião, isto é, naqueles que não estão ao serviço, nem de empresas, nem de companhias, nem de agentes de negócios ; afirma-se na praça pública, nas associações de classe, em toda a parte onde o povo j".ode exteriorizar o seu pensamento ou a sua opinião.

Em nenhuma dessas o Governo tem o apoio.

Hoje ó preciso contar com a força do operário, nós vemos que ele se manifesta com ódio e má vontade contra o Governo.

t;E sabe V. Ex.a quais as conseqiiên-cias que dão em afrontar com a opinião pública ?

Foi o que aconíeceu com o Sr. João Franco em 1908, com o Sr.. Afonso Costa em 1917 e com o Sr. António Granjo em 1921.

O Sr. Artur Costa (interrompendo): — Isso não foi a opinião pública, foi a cobardia daqueles que não qoizeram ir para a Guerra..

O Orador:—Portanto, aHo ó impune-, monto que se investe contra a vontade do povo.

£ Porque ó que o Ministério não encontra apoio era nenhuma classe eocial?

Porque ,

As suas medidas não têm melhorado as suas condições de vida.

Não tem satisfeito as aspirações do povo.

Nesta ordem de ideas já se manifestaram alguns Srs. Senadores, .

Nã"o me proponho a analisar, agora, uma por toia, as medidas do Governo, porque nisso levaria bastante tempo.